sábado, 11 de fevereiro de 2017

A arte de Felinho


A ARTE DE FELINHO

Clóvis Campêlo

Assim como Nelson Ferreira, Felinho nasceu na cidade de Bonito, no agreste pernambucano, no dia 14 de dezembro de 1895. Morreu no Recife, em 9 de janeiro de 1980, pobre e esquecido, segundo o site Overmundo.
Aliás, ainda segundo o site Overmundo, Felinho integrou a Orquestra do Centro Musical Pernambucano e em 1931 foi clarinetista do Teatro Helvética. A convite do maestro Nelson Ferreira, passou a tocar saxofone no conjunto da Rádio Clube de Pernambuco, permanecendo ali por 20 anos. Foi primeiro flautista da Orquestra Sinfônica do Recife até sua morte, mas ficou famoso foi pelas divinais variações que criou no saxofone para o frevo "Vassourinhas" e pela criação de "Formigão".
Segundo Renato Phaelente, no seu livro  MPB - Compositores Pernambucanos, Felinho teve um ensinamento musical tão profundo, que aos 15 anos de idade tornou-se regente de bandas de música de várias cidades pernambucanas. Ainda segundo Phaelante, aprendeu a tocar clarinete com o clarinetista Antônio de Holanda. No Recife, criou o Quarteto de Saxofones Ladário Teixeira, ao mesmo tempo em que participava da Orquestra de Concertos e participou, com flautista, da inauguração da Orquestra Sinfônica do Recife. Ainda segundo Phaelante, As variações para clarinete, introduzidas por ele no frevo Vassourinhas, gravado em 1956 com a orquestra do maestro Nelson Ferreira, tornaram-no conhecido e admirado por todos os amantes da música.
Em um dos seus livros de memórias, Liêdo Maranhão lembra que na mocidade frequentava os "assustados" na casa de Felinho, no bairro de São José, onde morava.
O vídeo acima nos mostra a figura bem comportada de Felinho, que na verdade se chamava Félix Lins de Albuquerque, enquanto a sua improvisação com o clarinete poder ser ouvida e admirada. Na verdade, essa gravação bastante convencional de Vassourinhas salva-se pelas variações geniais de Felinho. Ele recria a música com tanta competência e convicção que chega a tornar-se quase seu co-autor.
Isso me lembra o caso do grupo britânico Procol Harum, onde na música A White Shade of Pale o solo de teclado feito pelo organista Matthew Fisher deram-lhe na justiça o direito a 40% da autoria da canção.
Em tempo de proximidade do carnaval, vale a pena relembrar de Felinho, o mago do saxofone e do clarinete que recriou Vassourinhas.
Saravá!

2 comentários:

Urariano Mota disse...
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Gilvando Paiva disse...
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