domingo, 30 de junho de 2013

Procissão marítima de São Pedro











PROCISSÃO MARÍTIMA DE SÃO PEDRO
Fotografias de Clóvis Campêlo
Recife, junho 2013

sábado, 29 de junho de 2013

Mamulengueiros




MAMULENGUEIROS
Fotografias de Clóvis Campêlo
Brejo da Madre de Deus, 1991

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Maracatus




MARACATUS
Fotografias de Clóvis Campêlo
Recife, 1997

Movimento


MOVIMENTO

Clóvis Campêlo

O vento levou-me as palavras
que mais pareciam sólidas.
Em troca, ofereceu-me
a areia do deserto,
o silêncio da noite,
o perfume do amor perdido.
Refutei-os, lívido:
a vida sempre me parecera muito
mais do que isso.
Mas meus olhos também foram
inventados.
Definitivamente calmo,
restou-me apenas apreciar
o movimento dos barcos
no cais.

Recife, 2013

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O bêbado do beco


O BÊBADO DO BECO

Clóvis Campêlo

Já que estão por aqui aparecendo diversas figuras estranhas, resolvi falar sobre o bêbado do beco.
De início, na realidade, devo dizer que nunca o ví. Apenas o escuto gritar ensandecido, em pleno delírio alcoólico, palavras que nem sempre devem ser desprezadas.
Confesso que numa noite (é sempre à noite que a sua voz aparece), quando eu já estava entrando naquela região estranha que antecipa o sono profundo, ouvi-o gritar indignado, entre outras palavras de ordem, que o povo unido jamais seria vencido.
Talvez todos achem que esse é um dito normal, dezenas de vezes escutado em passeatas de sindicatos, comícios revolucionários ou na voz de políticos inescrupulosos, em gritos amplificados pelos insuportáveis carros de som que invadem a cidade em épocas eleitoreiras.
Mas, àquela hora da noite, quando o silêncio já se prenunciava e quando muito apenas escutávamos o triste choro das atrizes da novela das nove horas, aquele grito soava deslocado e incompleto aos meus ouvidos.
Num ato impensado, pulei da rede e corri para o beco na esperança de ainda vê-lo gritando em voz alta outras palavras de ordem ou mesmo os palavrões cabeludos que também fazem parte do seu jargão inconfundível. Desci as escada em grande correria (não dava para esperar o elevador), pulando os batentes como um cabrito novo que descobre a planície pela primeira vez e entrei no beco escuro, ansioso. Para minha surpresa, ali encontrei apenas um cachorro vira-lata vadio, roendo uma canela de galinha roubada de alguma lata de lixo, em atitude de grande felicidade. Nenhum sinal do bêbado alucinado ou da sua voz de deus nórdico. Perguntei aos transeuntes que por ali ainda se arriscavam se alguém havia visto ou escutado aquela voz de trovão que se pronunciava em nome de uma possível unidade popular. Olharam-me como se eu estivesse louco.
Desisti e voltei à minha rede no terraço. Lá, fiquei a matutar as minhas dúvidas e alimentando a vontade de conhecer o dono daquela voz misteriosa e bêbada.
Um dia, quem sabe, mesmo que seja em sonho, ainda o encontro de bobeira no beco.
Então, poderei dizer-lhe o quanto o admiro e o quanto concordo com as suas palavras insensatas de bêbado.


Recife, 2008

terça-feira, 25 de junho de 2013

Cais do Porto


CAIS DO PORTO
Fotografia de Clóvis Campêlo
Recife, 1995

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Praça da Sé


PRAÇA DA SÉ
Fotografia de Clóvis Campêlo
Salvador, 2013

domingo, 23 de junho de 2013

Debaixo dos caracois dos teus cabelos


Fotografia de Clóvis Campêlo/1992

DEBAIXO DOS CARACOIS DOS TEUS CABELOS

Clóvis Campêlo

Durante muito tempo relutara em contar-lhe aquele segredo.
Será que ela o entenderia?
Agora tinha a certeza de que só havia uma maneira de saber: iria contar-lhe o que durante tanto tempo guardara à sete chaves.
Pelo pouco que já havia visto, sabia que aquela não era necessariamente a sua opção.
Fazer o que? Pensava assim e assim seria.
Afinal, quando a gente quer seduzir o outro procura fazer o que o outro gosta, não é mesmo?
Só restava, portanto, contar-lhe o segredo.
Lembrava que a coisa começara há muito tempo ao ver aquela fotografia em uma revista masculina. Até então nunca atentara para o detalhe.
Desde aquele dia ficara impressionado com a imagem.
É bem verdade que nem todas eram assim, fartas, imensas, repletas, atraentes, densas, cabeludas.
De início verificara a beleza daqueles olhos grandes e sensuais (ela era linda!).
Depois verificara que todo o corpo era proporcional e belo, uma obra-prima da natureza.
Existiria algo melhor do que aquilo? Duvidava!
Depois, seus olhos (os do observador, não os da coisa observada) fixaram-se naquele ponto imutável. Por trás da densidade, com certeza, escondia-se todo o resto.
Pois bem, desde o dia em que vira aquela fotografia descobrira que gostava de bucetas cabeludas.



Recife, 2008

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O pescador


O PESCADOR
Fotografia de Clóvis Campêlo
Recife, 1994

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Escadas


ESCADAS
Fotografia de Clóvis Campêlo
Recife, 1991

- Postagem revisada em 29/01/2018

domingo, 16 de junho de 2013

Frevo, por favor, qual é a tua?


Blocos Cordas e Retalhos
Fotografia de Clóvis Campêlo/2008

FREVO, POR FAVOR, QUAL É A TUA?

Clóvis Campêlo

Qual é a do frevo hoje?
Existe na música popular pernambucana atual vigor suficiente para enfrentar uma disputa de mercado?
Se existe, em que momento se deu essa transformação?
E até onde o frevo se situa dentro dessa metamorfose?
Caetano Veloso, em 1973, na sua fase pós-tropicalista, quando elogiava os lábios carnudos de Mick Jagger e usava bustiê, chegou a afirmar que o "novo" na MPB era o som do Quinteto Violado.
Para nós, tal afirmativa trazia, por parte do compositor baiano, o reconhecimento de que a música popular pernambucana adquiria, afinal, a maturidade necessária para incorporar, sem desprezar as suas raízes, elementos cosmopolitas que lhe permitiriam ocupar um lugar de destaque no disputadíssimo mercado nacional.
É bem verdade que depois de um primeiro disco antológico, o Quinteto Violado optou cada vez mais por um regionalismo repetitivo e estilizado (mais uma vez a indevida apropriação cultural da burguesia?), deixando de lado a fusão dos elementos locais e universais. Como consequência, regrediu e "crepusculou".
Essa fusão voltaria a se repetir com mais vigor ainda, na década de 1970, no trabalho de Alceu Valença, projetando-o nacional e internacionalmente e fazendo com que a sua música pudesse ser entendida tanto em Paris quanto em Santa Cruz do Capibaribe.
Hoje, quando o Velho Quiabo já demonstra sinais de esgotamento e exaustão da fórmula, tal fusão volta a se manifestar nos trabalhos do movimento mangue. Não é à toa, pois, que os mangueboys já ocupem determinados e cobiçados espaços.
No que diz respeito ao frevo, as reflexões e afirmativas acima poderão nos dar o tom e o ritmo (dançamos de acordo com a música?) adequados para que se estabeleça e fundamente uma discussão que extrapole o tolo sentimento bairrista (qual é a cor do som local?).
Se traçarmos uma linha que evolua da música folclórica, passando pela música popular, até chegarmos à música de consumo, vamos observar claramente que o frevo (que só ocupa um espaço na mídia durante o período carnavalesco) tem um pé na música folclórica e o outro na música popular. A chamada música baiana (que toca e tem mercado o ano inteiro) situa-se com um pé na música popular e o outro (sem nenhum constrangimento) na música de consumo.
Observamos, portanto, que a verdadeira questão extrapola o puro regionalismo para cair num problema mais amplo que é o "conflito" entre cultura popular e cultura de massa.
Cada vez mais, as populações dos grandes centros urbanos despem-se da sua herança cultural e afastam-se dos hábitos pragmáticos que orientavam a vida dos seus ancestrais e assumem "novos" valores, mais condizentes com as circunstâncias atuais.
Com o nosso povo e com a nossa cultura não é diferente.
Assim, é necessário que o frevo mude e se transforme porque a comunidade com a qual ele se identifica e na qual ele floresceu sob determinadas condições sociológicas, históricas e geográficas vem sofrendo um processo de transformação e assimilando valores menos provincianos e mais universais. Se mudou o retrato psicológico dessa gente, é necessário que o frevo, enquanto reflexo disso, também se altere sob o risco de caracterizar-se como uma peça de museu pura e inútil.
Afinal, a vida é feita de evoluções e mudanças.
Maestro, por favor, toque aquela Evocação!

Recife, 1994

sábado, 15 de junho de 2013

Igreja de Nossa Senhora do Montesserat


IGREJA DE NOSSA SENHORA DO MONTESSERRAT
Fotografia de Clóvis Campêlo
Salvador, 2013

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Violeiros de Olinda


VIOLEIROS DE OLINDA
Fotografia de Clóvis Campêlo
Olinda, 2013

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Fim de tarde


FIM DE TARDE
Fotografia de Clóvis Campêlo
Recife, 2013

terça-feira, 11 de junho de 2013

O Farol da Barra


O FAROL DA BARRA
Fotografia de Clóvis Campêlo
Salvador, 2013

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Meia lua inteira


MEIA LUA INTEIRA
Fotografia de Clóvis Campêlo
Recife, 1993

domingo, 9 de junho de 2013

O Farol de Itapuã


O FAROL DE ITAPUÃ
Fotografia de Clóvis Campêlo
Salvador, Bahia, 2013

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Beira-mar


BEIRA-MAR
Praia de Stela Maris
Fotografia de Clóvis Campêlo
Salvador, Bahia, 2013

domingo, 2 de junho de 2013

Maracatu Nação Pernambuco


MARACATU NAÇÃO PERNAMBUCO
Fotografia de Clóvis Campêlo
Olinda, Pernambuco, 1994

sábado, 1 de junho de 2013

Vendedora de caranguejos

 

VENDEDORA DE CARANGUEJOS
Fotografia de Clóvis Campêlo
Recife, 1993

Igreja da Santa Cruz






IGREJA DA SANTA CRUZ
Recife, 2013
Fotografias de Clóvis Campêlo