terça-feira, 8 de agosto de 2017
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
Teresa, a poetisa coral
Fotografias de Cida Machado
TERESA, A POETISA CORAL
Clóvis Campêlo
Teresa é poetisa e artesã, além de ser torcedora doente do Santa Cruz.
Para nós, na hora declamou diversos poemas dedicados ao clube do seu coração. Encontrei-a na Cia do Chope, em Boa Viagem, durante o carnaval, vendendo suas produções. Figura simples e dócil, mas bastante interessante.
Anda com um recorte plastificado de jornal, onde consta uma matéria publicada no Diario de Pernambuco sobre ela.
Deixo aqui a minha homenagem para essa mulher do povo, torcedora exemplar da Cobra Coral.
Recife, fevereiro 2015
sábado, 5 de agosto de 2017
Manual de sobrevivência entre crápulas e canalhas
MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA ENTRE CRÁPULAS E CANALHAS
Clóvis Campêlo
Meus caros amigos:
Escrevo estas mal traçadas linhas ao som de Chet Baker, Time After Time. O som me acalma a alma e o corpo. A canção não tem pressa. Nem eu. Tenho toda a manhã disponível, muito embora o sol do Recife me chame para as ruas. Difícil não atender a esse pedido, depois de meses de frio e chuva, com os quais a cidade não combina. O som do trompete em surdina domestica a manhã e invade completamente o ambiente. Relaxo e deixo o corpo pousar suavemente por sobre a cadeira da sala. Aterrissagem perfeita. Nem um lexotan me faria melhor.
Baker, americano do Oklahoma e um dos melhores trompetistas da história do jazz, faz parte do lado bom do colonialismo cultural. Se ter que ser assim, escolhamos sempre o melhor. Afinal, nem ele nem eu temos culpa das tronchuras do mundo. Suas improvisações no instrumento são calmas, precisas e serenas. Morreu em Amsterdã, em 1988, aos 58 anos, ao cair da varanda do hotel em que estava. Até hoje se discute se a sua morte foi um acidente ou suicídio. Uma lástima, na verdade.
Time After Time é um canção que fala do amor com satisfação. É uma nave que navega em mar de tranquilidade, em dia de calmaria. Repito a dose e entro numa quase letargia. É disso que eu gosto. É disso que eu preciso.
Quanto aos crápulas e canalhas, resolvi ignorá-los. Não me fazem bem.
PS.: Minhas homenagens ao Negro Gato, que esta semana partiu em busca da grande planície, das terras de Manitu.
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