sábado, 23 de julho de 2011

A bandeira da cidade do Recife



A BANDEIRA DA CIDADE DO RECIFE

Clóvis Campêlo


A bandeira da cidade do Recife foi Instituída pela Lei nº 11.210, de 15 de dezembro de 1973.

É dividida em três partes. Na parte central, de cor branca, consta a legenda "Virtus e Fides" (Força e Fé) sobre um leão neerlandês coroado e uma cruz latina.
Na parte azul à esquerda, há uma estrela amarelo-ouro relativa à bandeira da Revolução Republicana, de 1817. Na parte azul à direita, consta a figura do sol.
Segundo a Wikipédia, o desenho se baseia em três colunas verticais - duas laterais de cor azul, e a central, branca -, lembrando a bandeira do estado de Pernambuco, o céu e a paz. Em cada faixa, há símbolos que se referem a fatos importantes da história recifense:
Estrela (coluna azul da esquerda) - representação da República Brasileira, que se originou em Pernambuco, através do Movimento de 1817.
Frase "Virtus et Fides" (coluna central) - "Força e Fé", ideais almejados pelo ser humano.
Leão neerlandês (coluna central) - coroado, se refere ao escudo de armas de João Maurício de Nassau e ao apelido recebido pelos pernambucanos ("Leão do Norte"), alusivo à história de lutas do povo do Estado.
Cruz (coluna central) - representa a colonização portuguesa e a chegada do cristianismo no Brasil.
Sol (coluna azul da direita) - simboliza a presença marcante do Sol nas terras da cidade.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O bairro do Recife Antigo



Fotografia de  Clóvis Campêlo/2008

O BAIRRO DO RECIFE ANTIGO

Clóvis Campêlo



O bairro do Recife, hoje chamado de Recife Antigo, teve origem no século XVI, numa faixa arenosa e estéril que ligava o porto natural ao istmo de Olinda, espremido entre o mar e os rios Capibaribe e Beberibe. O povoado do Recife viria a ser consolidado menos de um século depois, abrigando umas poucas casas de pescadores e portuários e armazéns para estocar mercadorias comercializadas entre os engenhos e a metrópole.
Na época, o porto chegou a ser considerado como o maior das Américas, recebendo toda a sua carga através de batéis que singravam os rios e canais trazendo a produção dos engenhos de cana-de-açúcar.
Foi no Recife Antigo que os holandeses se instalaram em 1637. A Rua do Bom Jesus, que testemunhou o esplendor do progresso urbano (1630-1654), foi o local escolhido pelos judeus para instalar a sua comunidade atuando no comércio ultramarino, sendo, por isso, chamada de Rua dos Judeus e Rua do Bode.Em 1636, foi nela erguida a sinagoga Kahal Kadosh Zur Israel (Pedra de Israel), a primeira das Américas, que se localizava nos prédios de nº 197 e 203, e que funcionou até 1654, onde recentemente foram descobertos o muro de contenção das marés e a micveh, poço onde aconteciam os banhos rituais dos judeus.
Após a saída de Maurício de Nassau do Recife, os judeus foram perseguidos e os padres da Congregação Santo Antônio herdaram os prédios. A rua mudou de nome, passando a ser chamada de Rua da Cruz e depois Rua do Bom Jesus, devido a capela construída nas imediações.
Com a expulsão dos holandeses, os portugueses continuaram a evolução urbana do bairro, permitindo a construção de várias obras como a Igreja e o Convento da Madre de Deus dos padres da Congregação de São Felipe Neri (1680-1707), da Igreja do Pilar (1160-1686) e do Forte do Matos (1684), assim como de diversas ruas.
Em 1710, ocorreu no local a Guerra dos Mascates.Em 1881, foi construída a Estação Ferroviária do Brum, ligando o Recife à cidade do Limoeiro.
Em 1885, foram concluídos o Teatro Apolo e a Torre do Observatório, chamada de Torre Malakoff em homenagem à torre homônima existente em Sebastopol, importante referêrencia na Guerra da Criméia (1854-55), episódio contemporâneo à sua construção.
No início do século XX, o bairro sofreu uma grande reforma, recebendo um traçado urbanístico tipicamente francês, influêrncia do arquiteto Louis Léger Vauthier, e perdendo importantes monumentos do início da colonização portuguesa e da passagem dos holandeses.
Entre 1907 e 1918, sofreu profundas intervenções com a construção do cais e armazéns do porto, do casario de arquitetura francesa e das avenidas Rio Branco e Marquês de Olinda. Por conta da reforma, foram demolidos o prédio da Associação Comercial e o edifício da Praticagem da Barra (1911).
Em 1912, foi demolida a Capela da Conceição dos Canoeiros, construída em 1851. Em 1913, foi demolido o Arco da Conceição, inaugurado em 1740, e a Matriz do Corpo Santo, edificada no século XVI. Em 1914, foi demolido o prédio da Companhia Pernambucana de Navegação.
O bairro tem 110 hectares, com 44 ruas, além dos becos e avenidas, e é considerado como Zona Especial de Preservação (ZEP), contando com 328 imóveis ao longo de sua extensão.



sábado, 16 de julho de 2011

O bairro do Pina - quem te viu e quem te vê



O BAIRRO DO PINA - QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ

Clóvis Campêlo


Com uma área de 616 hectares, o Pina é um bairro do Recife que fica na zona sul da cidade, situado entre Boa Viagem e Brasília Teimosa. O local era originalmente uma ilha. Em 1645, os holandeses construíram na parte norte da ilha uma fortaleza à qual denominaram de Belo Forte, depois chamada de Forte da Barreta.

Posteriormente, o local passou a pertencer ao capitão André Gomes Pina, do qual derivou o nome do bairro. Antes da criação do primeiro sistema de tratamento sanitário do Recife, em 1915, com a colocação de um emissário marítimo no local, a praia era acessada apenas através de barcos.
Em 1920 foi construída a primeira ponte de ferro dando passagem a uma linha de bondes e ligando o Pina ao Recife.
Em 1926 foi inaugurada a Avenida Herculano Bandeira, ligando a ponte à beira-mar e facilitando definitivamente o acesso à praia.
Em 1953, foi inaugurada a Ponte Agamenon Magalhães criando mais uma via de passagem e ampliando as possibilidades de acesso ao bairro.
Em 1978, no local onde havia a antiga ponte de ferro do bonde, foi construída uma nova ponte em concreto a qual recebeu o nome de Ponte Paulo Guerra.
O bairro do Pina abriga prédios e instituições importantes como o Aeroclube de Pernambuco, transferido em 1941 para o bairro; a Estação Rádio Pina da Marinha, construída pelos americanos durante a Segunda Guerra Mundial e hoje desativada; o Teatro Barreto Júnior, onde durante décadas funcionou o Cinema Atlântico; o Convento e a Capela de São Félix, onde está sepultado o corpo de Frei Damião, e o prédio do Cassino Americano. No Pina também estão situados o Clube Banhistas do Pina, na comunidade do Bode, e a Troça Carnavalesca Tubarões do Pina e Maracatu Porto Rico do Oriente, estes na comunidade do Encanta Moça, além do Centro Esportivo do Pina, clube que já revelou grandes valores para o futebol pernambucano e brasileiro.
No final de década de 80, com a instalação de diversos bares e restaurantes, ao lado dos já existentes, surgiu o Pólo Pina, área de badalação e local de movimentos artísticos e culturais.
De acordo como Censo IBGE de 2000, o Pina possuía uma população de 27.422 habitantes.
Com a desativação da Rádio Pina, no início dos anos 80, o bairro foi descoberto pela especulação imobiliária, sendo invadido por prédios de luxo e perdendo quase que completamente a sua identidade social e cultural.
Segundo o escritor João Braga, no livro Trilhas do Recife - Guia Turístico, Histórico e Cultural, o bairro do Pina compreende as antigas ilhas de Barreto, do Cheira Dinheiro, do Nogueira e do Pontal, existindo lá um leprosário e um antigo cano emissor de dejetos que eram lançados ao mar.

Recife, 2011