terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A forma


A FORMA

Clóvis Campêlo

Quedar-se ante a dureza
da forma. Com consciência,
fazer do verso a ciência
e do verbo a natureza:

rio que corre em leito estreito,
junção de vários conceitos.

Cuide porém o poeta
pra que a obra, completa,
se mostre qual pele nua

e, de poesia repleta,
a palavra seja crua.

Recife, 2007

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Sambas e futebol


SAMBAS E FUTEBOL

Clóvis Campêlo

Segundo os estudiosos do assunto, foi no século passado que a música popular brasileira desabrochou de vez. De evolução em evolução, nos anos 50 criou consistência suficiente para se consolidar e desaguar em um movimento como a bossa nova. Embora contestada por alguns, que a acusam de americanizar definitivamente a MPB, a bossa nova mudou para sempre os rumos da nossa música popular, dando-lhe vigor suficiente para projetar-se pelo mundo a fora e o conquistar.
Esse meio tempo vivido pela música brasileira entre a incipiência e a maturidade, serviu para o aparecimento de compositores identificados com os novos assuntos e costumes da nossa sociedade. O futebol, com certeza, foi, e continua sendo até hoje, um deles. E o Clube de Regatas Flamengo, na condição de um dos maiores times de massa do Brasil, teria uma posição de destaque no imaginário e na capacidade criativa desses compositores.
Um desses compositores chamava-se Wilson Batista. Carioca, nascido na cidade de Campos, no dia 3 de julho de 1913, foi autor de mais de 700 músicas, muitas das quais falando do seu amor e da relação com o clube rubro-negro carioca. Como tema para os seus sambas rubro-negros, Wilson não deixava escapar até mesmo os momentos de derrota e decepção.
Na música “E o juiz apitou”, por exemplo, uma parceria feita entre ele e Antônio Almeida, narrando uma derrota do Flamengo para o Botafogo. O próprio Antônio Almeida, em depoimento publicado na revista nº 36 da coleção MPB Compositores, assim declara: “Wilson era flamenguista doente. Fomos ver um Flamengo x Botafogo, em General Severiano. O Mengo perdeu o jogo e ele saiu angustiado do estádio. Pegamos o bonde para voltar pro Café Nice e Wilson criou um caso com o motoneiro, dizendo que não pagaria a passagem, tão aborrecido que se encontrava com a derrota do seu 'mais querido'. Eu pedi calma e el reagiu assim: 'Eu tiro o domingo pra descansar e vou ao futebol me aporrinhar'. Fizemos ali mesmo, de parceria o samba. Wilson era assim'.
Um outro parceiro e grande amigo de Wilson Batista, o compositor Jorge de Castro, nessa mesma revista, afirmaria que Wilson nunca foi muito de compor. O seu negócio era o tema. “Eu imaginava uma história e contava pra ele, que fazia a música e a letra”. Foi assim, que juntos lançaram mais de 100 músicas, entre as quais o “Samba rubro-negro”, cuja letra segue abaixo:
“Flamengo joga amanhã / eu vou pra lá / vai haver mais um baile no Maracanã / O mais querido / tem Rubens, Dequinha e Pavão / eu já rezei pra São Jorge / pro Mengo ser campeão. / Pode chover, pode o sol me queimar / que eu vou pra ver / a charanga do Jaime tocar: / Flamengo, Flamengo, tua glória é lutar / Quando o Mengo perde / eu não quero almoçar / eu não quero jantar”.
Só para terminar, o médio Dequinha, citado na letra e que marcou época no clube carioca ao lado de Rubens e Pavão, era potiguar e se destacou nos anos 50, jogando pelo América pernambucano antes de ser contratado pelo Flamengo.

Recife, 2014

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Pelas ruas do Recife


PELAS RUAS DO RECIFE

Clóvis Campêlo

Pelas ruas do Recife
surge a novidade,
afirmam-se credos seculares,
renascem mitos modernos.

Pelas ruas do Recife
dorme-se o sono dos justos,
cessam as palavras,
falam por si sós os fatos.

Pelas ruas do Recife
caminha a humanidade,
correm as notícias,
dispara a revolução.

Pelas ruas do Recife
travam-se todas as lutas,
cruzam-se todos os olhares,
reverenciam-se todos os deuses.

Pelas ruas do Recife
transitam todos os anjos,
ocorrem todas as mortes,
condensam-se todas as imagens.

Recife, 1999

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O refém


Escultura de Francisco Brennand
Fotografia de Clóvis Campêlo/2007

O REFÉM

Clóvis Campêlo

Para Alberto da Cunha Melo

Lembrava apenas do silêncio,
promessas nunca as fizera,
aquela luz era uma quimera,
sobre o escuro estava pênsil.

Não adiantaram os tratados,
angústias antes do mergulho,
o corpo agora era um entulho,
inteiro, mas dilacerado.

Sabia de todos os pecados,
lera-os em todos os livros,
compunham agora o seu crivo,
eternamente o seu legado.

Não adiantaram as palavras,
fazer-se cosmos, demiurgo,
restava-lhe agora o expurgo
resultante daquela lavra.

Recife, 2007


sábado, 8 de fevereiro de 2014

Sem tradução


SEM TRADUÇÃO

Clóvis Campêlo

Dedico este texto à poetisa baiana Liris Letieres e seu olhar de petardo

Já disse o poeta que o olhar feminino não se traduz. Traz no seu íntimo todos os segredos e mistérios do mundo. E quem seríamos nós, pobres seres humanos do sexo masculino, para enveredarmos pela sinuosidade desses labirintos?
Mas, na inquietude das almas dos homens, também há um lugar para o mistério. O sexo forte existe acima de tudo para isso: capitular ante a sedução dos olhares de Eva e defender esse legado da horda sedenta que dele procurar se aproximar e abrigar-se. Um gigantesco trabalho, facilitado hoje pelas convenções sociais, pelo mito do amor e pelas conveniências do sistema em que vivemos.
Já disse um outro poeta (ou terá sido um cientista revolucionário?), que a atração do macho pela fêmea, que se dá sempre através do seu olhar, traz a identificação da conjunção genética adequada para a reprodução e a manutenção da espécie. Portanto, o tesão nada mais seria do que a ação da Natureza nos sinalizando sub-repticiamente sobre a chegada do momento decisivo para o encontro ideal. Nós, seres humanos racionais é que fazemos disso interpretações equivocadas ou confusas e desordenadas. Quanto se trata do olhar feminino, toda inocência poderá ser castigada.
Quem poderia interpretar, por exemplo, o olhar da Mona Lisa? Enquanto muitos se preocuparam com o seu sorriso, a exemplo do doutor Freud, que no alto do seu saber psicanalítico o interpretou como uma atração erótica subjacente de Leonardo da Vinci para com a sua mãe, para mim, são os olhos claros da madona que nos irradiam o mais profundo mistério. Segundo a Wikipédia, esse novo compêndio do saber universal, o olhar da Gioconda parece acompanhar quem a observa. É ao mesmo tempo incógnita e sedução, mas sem tradução.
E o que dizer do olhar dissimulado de Capitu, a personagem machadiana, que nos incomoda sem nunca ter sido visto por qualquer um de nós? Esse privilégio foi dado pelo autor brasileiro apenas a Bentinho, o Dom Casmurro, que por ela se apaixona (o mito do amor) e se desencanta, transferindo para o leitor a sua visão apaixonada (no início) e crítica (no final). A dúvida de Bentinho sobre Capitu e o seu olhar dúbio arrasta-se até os dias de hoje, deixando o mistério em aberto e nós sem condições de concluirmos a nossa leitura e interpretação pessoal. Uma eterna dúvida sem tradução, criando assim em nós a tradição da dívida.
Já disse o poeta que o olhar feminino não se traduz. Traz no seu íntimo todos os segredos e mistérios do mundo. E quem seríamos nós, pobres seres humanos do sexo masculino, para enveredarmos pela sinuosidade desses labirintos?


Recife, 2014

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Amor de Perdição


AMOR DE PERDIÇÃO

Clóvis Campêlo

A segunda geração do Romantismo português se deu entre 1838 e 1860. Essa geração, livre das influências arcádicas ainda presentes na primeira geração romântica, ultrapassou os limites da estética, desembocando no ultra-romantismo, onde se esgotaria, resultando, por sua vez, no Realismo.
Pertencente a segunda geração, Camilo Castelo Branco é o típico representante dessa fase. Em suas obras, das quais Amor de Perdição se constitui na mais famosa, a estética romântica se apresenta em toda a sua plenitude.
Ora, sabemos que as circunstâncias sociais, políticas, econômicas e culturais que permitiram a ascensão burguesa e a consolidação da ideologia romântica abriram espaços para o aparecimento de um público consumidor que se relacionava com o autor de maneira diferente. Saindo de cenário a figura do mecenas protetor, era necessário ao escritor atingir o sentimento das camadas ascendentes para que o seu produto, temperado com as novas matizes, fosse aceito e garantisse a sua sobrevivência.
Escrevendo sempre por encomendas e enfrentando dificuldades financeiras desde muito cedo, Camilo Castelo Branco teria de ser possuidor de uma agudeza de espírito suficiente para sintonizar com o estado emotivo do grande público. Em que pese o caráter romântico da sua própria vida, sempre envolvido em conquistas amorosas e em polêmicas, manifesta essa visão pragmática mesmo no fim da vida quando envereda pelos caminhos do Realismo, já a gosto do grande público.
No prefácio para a quinta edição portuguesa de Amor de Perdição, publicada em 1879, portanto já bem depois da segunda fase do Romantismo português (a primeira edição é de 1862), o autor reconhece que “visto à luz elétrica do criticismo moderno”, o romance se apresenta “romântico, declamatório, com bastantes aleijões líricos, e umas idéias celeradas que chegam a tocar no desaforo do sentimentalismo”. Mais adiante, afirma que romance que “fez chorar”, agora “faz rir”. Tal opinião refaz o ponto de vista expresso pelo autor no capítulo XIX do próprio livro quando afirma que “um romance que se estriba na verdade o seu merecimento é frio, é impertinente, é uma coisa que não sacode os nervos”. Autocrítica? Duvidamos, considerando que no mesmo prefácio citado, o autor, ironicamente, afirma que “o bom senso público relê isto, compara com aquilo, e vinga-se barrufando com frouxos de riso realista as páginas que há dez anos aljofarava com lágrimas românticas”. No máximo, entendemos que o autor teria tido a sensibilidade de perceber que o público leitor estaria se mostrando receptivo a uma nova estética advinda do esgotamento da filosofia ultra-romântica.
No que se refere ao romance propriamente dito, ele é composto de vinte capítulos, mais a introdução e a conclusão, onde é contada a história do amor entre Simão Botelho, tio do autor, e Teresa de Albuquerque. Segundo o próprio romancista, o livro foi escrito em quinze dias, na cadeia da cidade do Porto, onde Camilo se encontrava preso sob a acusação de adultério.
O romance é narrado na terceira pessoa, pelo próprio autor, usando o pretérito como tempo narrativo. Da sua condição de narrador, aproveita-se o autor para tecer considerações filosóficas, algumas repletas de uma ironia mordaz que nos lembram, de longe, a prosa machadiana. Observemos, também, que em vários momentos os sentimentos do narrador se confundem com os sentimentos do personagem Simão, o que se explicaria, talvez, pelo fato do livro haver sido escrito por Camilo em uma situação que muito se assemelhava à situação vivida pelo tio: estava prisioneiro na mesma cadeia, como conseqüência igualmente de uma relação amorosa.
No primeiro capítulo, o autor traça uma pequena genealogia mostrando as origens da família de Simão, sua também, onde não faltam doses de sarcasmo e ironia, como ao atribuir às broas de milho comidas na juventude pelo seu avô, Domingos Botelho, a culpa pela sua feiúra e pouca inteligência. Ao descrever a descendência da avó paterna, dona Rita Teresa Margarida Preciosa da Veiga Caldeirão Castelo Branco, Camilo também não deixa por menos ao mencionar a glória “um pouco ardente” do general seu antepassado morto frito em um caldeirão sarraceno. Neste capítulo, o autor traça ainda, embora da maneira superficial que lhe é peculiar, o perfil psicológico de Simão, mostrando-o como uma pessoa impetuosa e agressiva, o que mais adiante, no desenrolar da história, resultaria no assassinato que o levaria à prisão fatal. Embora dotado desse temperamento decisivo, Simão, como quase todos os personagens românticos, notadamente os camilianos, não resiste à força do amor que, embora de início o redima, termina por ser a sua perdição.
No segundo capítulo, o autor situa historicamente o acontecimento: início do século XVIII, quando Portugal dividia-se entre os admiradores das teorias liberais vindas da França, entre os quais se colocava Simão, e os setores mais conservadores que ainda defendiam a monarquia absolutista. Atravessando um momento difícil, Portugal tentava manter-se neutro na questão entre a Inglaterra e a França. Indispor-se com a primeira significava enfrentar uma guerra que levaria ao enfraquecimento econômico da nação portuguesa, pois além do comércio crescente que Portugal mantinha com a Inglaterra e que seria interrompido, também seria cortado, pela forte esquadra inglesa, o acesso marítimo ao Brasil. Por outro lado, indispor-se com a França significava a possibilidade de ter o território português invadido pelas forças francesas, aliadas aos espanhóis. Adepto das idéias francesas, que considerava portadoras do progresso – segundo José Hermano Saraiva, a questão entre absolutistas e liberais, em Portugal, teria aí se iniciado -, Simão é preso por defende-las em praça pública, sendo enviado à casa dos pais, em Viseu, onde conhece Teresa, filha de um vizinho desafeto do seu pai, e por quem se apaixona, dando início à trama do romance.
A partir daí os capítulos restantes dedicam-se exclusivamente à narração do drama passional que envolve Simão e Teresa. Possuídos pelo sentimento da paixão, caminham inapelavelmente para o desfecho fatal.
Além de Simão e Teresa, são personagens dignos de destaque no romance os pais do protagonista, Domingos e Rita, ele de família fidalga, mas de parcos atributos físicos e mentais; ela, bonita, filha de um capitão de cavalos. Do casamento entre eles, “desgostoso”, segundo o autor, nasceram os filhos Manuel, o mais velho e pai de Camilo, Simão e três irmãs que pouco destaque têm no romance. Pelo lado de Teresa, podemos destacar o seu pai, Tadeu de Albuquerque, que se opõe ao romance por ser desafeto de Domingos Botelho, e Baltazar Coutinho, primo de Teresa, escolhido por Tadeu de Albuquerque para desposa-la, que acaba sendo assassinado por Simão, no desenrolar da história. Podemos citar ainda João da Cruz, ferreiro liberto da prisão graças a um indulto concedido pelo pai de Simão, e que, por conta desse favor, sente-se na obrigação de protegê-lo na sua empreitada, e Mariana, filha de João da Cruz, que se apaixona por Simão e também termina tragicamente.
Dentro desse contexto o romance acontece e chega a um final infeliz: um amor arrebatador entre dois jovens filhos de famílias inimigas, que, impossível de se concretizar, deságua na morte. Se o espírito romântico, por um lado, já admitia a possibilidade de um relacionamento dessa natureza, onde os sentimentos desafiam a hierarquia familiar prenunciando fissuras nessa estrutura, por outro lado, ainda não oferecia condições para um desfecho que não fosse a tragédia.
Assim, admitia o gesto embora o castigasse.


Recife, 1992

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Canção para Marylin


CANÇÃO PARA MARYLIN

Clóvis Campêlo

Inerte em sono de pedra
reténs em teu corpo apenas
as cores do simulacro.

Teus olhos planos não vêem
velhos tempos e espaços
outrora já habitados.

No entanto, sempre serás
ícone de eras modernas,
fulgurante clarão da América,
a eterna deusa morta.

Recife, 1994

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Um campeão centenário


UM CAMPEÃO CENTENÁRIO

Clóvis Campêlo

Assim como eu, O Santa Cruz nasceu no bairro da Boa Vista, no centro do Recife. O ano? 1914, quando a cidade ainda era um arremedo do que é hoje.
Não nasceu no seio da burguesia pernambucana ou da aristocracia açucareira e mercantil que mandava os filhos da pátria mãe gentil estudar na Europa e adquirir hábitos bizarros e diferenciados. Foi assim, na bagagem dos que regressavam, que o futebol chegou por estas plagas. Foi assim que ele aportou na cidade maurícia e terminou por seduzir os meninos da classe média que antes só se atreviam o olhá-lo de longe. Para eles, a bola ainda era um mundo a ser conquistado.
Pois bem, assim o foi. Onze desse meninos filhos da classe média, premeditando o sucesso, fundaram o Santinha na noite do dia 3 de fevereiro daquele ano longínquo.
De lá para cá, muita água rolou nesses cem anos que se completam na próxima segunda feira, dia 3 de fevereiro de 2014. Período de glórias e êxtases e períodos de insucessos comprometedores nem sempre explicáveis.
Do Pátio da Santa Cruz ao Arruda, o Santinha perambulou por vários locais e bairros, construindo parte da sua história. Mas foi no Arruda, a partir dos anos 40, onde se firmou e afirmou. De início, o terreno pertencente ao comendador Arthur Lundgreen foi alugado. Depois, comprado com a ajuda do prefeito José do Rego Maciel, que posteriormente teve o estádio inaugurado no início dos anos 70, mais precisamente em 1972, batizado com o seu nome.
A construção do estádio foi importantíssima para a nossa consolidação enquanto clube de futebol e na conquista dos títulos mais significativos. Em 1969, com ele ainda em construção, quebramos a sequência do hexa timbu e desbancamos o time da Ilha do Retiro, dando início a uma sequência vitoriosa que nos levaria ao pentacampeonato estadual.
Os anos 70, aliás, foram por demais significativos. Montamos grandes equipes e conquistamos grandes vitórias contra equipes campeãs nacionalmente. Elevamos o nome do Santa Cruz no cenário futebolístico nacional, tornado-o respeitável e digno de menção. Não foi a toa que encerramos a década com uma grande excursão pelo Oriente Médio e Europa, retornando dela invicto e ganhando da Confederação Brasileira de Futebol o título de Fita Azul do Futebol Brasileiro, em reconhecimento a essa bela campanha.
Hoje, depois de uma fase em queda no futebol brasileiro, onde chegamos a alcançar os mais baixos patamares, como uma fênix estamos renascendo e ascendendo novamente, caminhando para retornar ao lugar de destaque que sempre merecemos no futebol brasileiro.
A força da nossa torcida, presente na vida do clube mesmo nos piores momentos por nós vividos, serviu para mostrar ao mundo inteiro por que somos considerados o clube Mais Querido do futebol pernambucano.
Isso tudo deve ser lembrado com orgulho na próxima segunda-feira, dia 3 de fevereiro de 2014, quando estaremos comemorando o nosso centenário.

Recife, 2014