quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A praia do Pina






A PRAIA DO PINA
Recife, dezembro 2014
Fotografias de Clóvis Campêlo

Escadas



ESCADA
Recife/PE, 1991
Fotografias de Clóvis Campêlo


terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Menino dormindo na caixa


MENINO DORMINDO NA CAIXA
Recife/PE, 1989
Fotografia de Clóvis Campêlo


O Flamengo do Recife


O FLAMENGO DO RECIFE

Clóvis Campêlo

O Flamengo, primeiro clube campeão pernambucano de futebol, foi fundado no dia 20 de abril de 1914.
Seu padrão era composto de calção branco e camisa preta com uma cruz branca no peito esquerdo, resquício do antigo Cruz Branca, clube do qual se originou. Posteriormente, a cruz branca do peito seria retirada, permanecendo, porém, o clube com as cores branca e preta.
Segundo o falecido jornalista Givanildo Alves, em História do Futebol em Pernambuco, o nome da agremiação resultou da simpatia dos seus associados pelo Flamengo do Rio de Janeiro, que, em 1914, vencera pela primeira vez, de forma brilhante, o campeonato carioca.
Em 1915, quando conquistou o primeiro e único campeonato pernambucano da sua história, o Flamengo se reorganizava. Para tanto, no dia 11 de março, às 20 horas, na casa número 9 da rua dos Prazeres, na Boa Vista, os associados do clube se reuniram para eleger uma nova diretoria, que ficou assim composta: presidente, Alcebíades Braga (reeleito); vice-presidente, Braz Croccia; 1º secretário, Elteredo Antunes; 2º secretário, A. Caminha; tesoureiro, Antônio Miranda; orador, Eduardo Lemos; diretor, Gastão B. Bittencourt; comissão fiscal, Waldemar Silva, João Baptista e O. Carvalho. A posse da nova direção ocorreu no dia 21 de março, às 14 horas.
Sobre o nome completo e correto do clube, a impressa da época tanto utilizava Sport Club Flamengo quanto Flamengo Sport Club. A esse respeito, Givanildo Alves, na obra acima citada, usa a denominação Sport Club Flamengo, que, provavelmente, é a forma correta.
Em julho de 1915, o presidente reeleito do Flamengo, Alcebíades Braga, é eleito presidente da recém fundada Liga Sportiva Pernambucana, cumprindo, porém, um mandato curtíssimo por se recusar a prestar contas de um jogo amistoso realizado em benefício da Liga.
O jogo em questão aconteceu no dia 12 de setembro, no campo do British Club, na Torre, quando um time formado por ingleses residentes no Recife empatou por 1x1 com uma equipe formada por jogadores pernambucanos.
Afastando-se do cargo de presidente da LSP, Alcebíades Braga ainda foi punido com a sua exclusão do quadro de associados do Flamengo, clube do qual fora fundador e presidente eleito em dois mandatos consecutivos.

JOGOS DO FLAMENGO NA LSP EM 1915

Jogo: Flamengo 2x1 C. E. do Peres. Data: 15.08.1915 (domingo, à tarde). Local: Campo do Derby. Juiz: não informado. Gols: Taylor (2), para o Flamengo, e Briant, para o Peres. Equipes: não informadas. Segundos times: Flamengo 1x0 C. E. do Peres.

Jogo: Flamengo 3x0 Coligação. Data: 07.09.1915 (3ª feira). Local: Campo do Derby. Juiz: não informado. Gols: Taylor, Waldemar e Perci. Equipes: não informadas. Segundos times: Flamengo 2x0 Coligação.

Jogo: Flamengo x Santa Cruz. Data: 19.09.1915 (domingo). Local: Campo do Derby. Juiz: Sr. Forster. Juizes de gol: Machado Dias, do Flamengo, e Alano Guimarães, do Santa Cruz. Equipes: não informadas.

Jogo: Flamengo x Torre. Data: 17.10.1915 (domingo, pela manhã). Local: Campo do Derby. Juiz: não informado. Equipes prováveis: não informadas. Segundos times: não informado.

Jogo: Flamengo x América. Data: 27.10.1915 (4ª feira, à tarde). Local: Campo do Derby. Juiz: não informado. Equipes prováveis: não informadas. Segundos times: não informado.

Jogo: Flamengo 6x2 Santa Cruz. Data: 05.12.1915 (domingo, à tarde). Local: Campo do British Club. Juiz: J. Forster. Gols: Pitota, para o Santa Cruz; e Taylor (2), Perci, Arlindo Lélis, Ruy e Gastão, para o Flamengo. Equipes: Santa Cruz: Ilo Just; Braz e Silva; M. Pedro, Carvalho e Luiz Lima; Jorge Silva, Mário Rodrigues, Pitota, Alberto Campos e Doria. Flamengo: Cavalcanti; Rubens e Chico; Abdon, Ruy e Zezé; Arlindo Lélis, Perci, Taylor, Gastão e Waldemar. Expulsões: Arlindo Lélis (Flamengo) e Luiz Lima (Santa Cruz). Ingressos: Cavalheiros, 1$000; Senhoras e menores de 12 anos, $500; Cadeiras, 2$000. Renda: não informada.

Jogo: Flamengo 3x1 Torre. Data: 12.12.1915 (domingo, à tarde). Local: Campo do British Club. Juiz: J. Forster. Juizes de Gol: Ilo Just e M. Jacome. Equipes: Flamengo: Luiz; J. Albuquerque e F. Alves; Frederico, Ruy e Abdon; Waldemar, Gastão, Taylor, Perci e Arlindo Lélis. Torre: Lopes; O. Antunes e Austregésilo; Barroso, Mário Pinto e Luiz Barros; Barreto, Cleto, Álvaro, Gatis e Sidney. Ingressos: Cavalheiros, 1$000; Senhoras e menores de 12 anos, $500; Cadeiras, 2$000. Renda: não informada.


Recife, 2011


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

No colo do poeta


NO COLO DO POETA
Recife/PE, fevereiro de 2013
Fotografia de Clóvis Campêlo


A missa


A MISSA
Dia de Finados
Cemitério de Santo Amaro
Recife, 1998

Fotografia de Clóvis Campêlo

domingo, 28 de dezembro de 2014

No Recife Antigo


NO RECIFE ANTIGO
Recife, março de 2014
Fotografia de Clóvis Campêlo


Fantasia carnavalesca


FANTASIA CARNAVALESCA
Bezerros/PE, 2005
Fotografia de Clóvis Campêlo

sábado, 27 de dezembro de 2014

A diaba


A DIABA
Bezerros/PE, carnaval 2002
Fotografia de Clóvis Campêlo


Talvez


TALVEZ

Clóvis Campêlo

Um dia estarei morto,
debaixo de sete palmos;
talvez tenha sido torto,
talvez tenha sido calmo;

talvez tenha sido certo,
talvez tenha meus pecados;
talvez tenha sido aberto,
talvez tenha me fechado.

Talvez tenha sido bom,
talvez tenha sido ruim,
talvez acertado o tom,

talvez acertado o sim,
talvez tenha tido o dom
de ter merecido o fim.

Recife, 2011

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

A mulher-gato


A MULHER-GATO
Recife/PE, Carnaval/2013.
Fotografia de Cida Machado


O tempo não para!



O TEMPO NÃO PARA!

Clóvis Campêlo

38 anos, 40 quilos e muitos cabelos brancos separam as duas fotografias acima.
A primeira foi feita pelo meu amigo José Arimateia, que hoje mora em Atibaia, São Paulo, numa tarde do ano de 1972.
A segunda foi feita por outro amigo, Aristóteles Coelho, em dezembro de 2010, pela manhã.
Não sei se conseguimos, mas a idéia era mostrar como o tempo transformou a mim e a paisagem urbana do local, na orla de Brasília Teimosa, no Recife.

UM POUCO DE HISTÓRIA

A comunidade de Brasília Teimosa surgiu no final dos anos 50 e início dos anos 60 do século passado, quando a drenagem da bacia do Rio Pina aterrou uma área de mangue que ficava entre o mar e o rio.
No novo areal, o povo pobre e sem ter onde morar começou a construir barracos e a ocupar de forma irregular os espaços vagos.
Durante a noite os barracos eram levantados por eles e derrubados, durante o dia, pela polícia.
Como na época estava sendo construída no Planalto Central do Brasil a cidade de Brasília, que viria a ser a nova capital federal, a insistência e teimosia do povo necessitado logo levou a nova favela a ser batizada com o nome de Brasília Teimosa.
O povo venceu e, ao longo dos anos, a ocupação foi sendo regularizada e urbanizada pelos poderes constituídos.
No ano 2000, numa eleição surpreendente, o Partido dos Trabalhadores elegeu João Paulo de Lima e Silva como o seu primeiro prefeito no Recife. De origem humilde, filho de um cobrador de ônibus, ex-metalúrgico e um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores e do PT no Estado de Pernambuco, João Paulo enfrentou muitas dificuldades nos dois primeiros anos do seu mandato municipal, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso.
Quando Lula se elegeu presidente em 2002, a coisa mudou e a cidade do Recife passou a ter um tratamento diferenciado. O bairro de Brasília Teimosa foi um dos mais beneficiados, com um projeto de reurbanização da orla, com a retirada dos palafitas e barracos que ainda existiam e com a criação da Avenida Brasília Formosa.
Portanto, a mudança desse cenário, onde eu me insiro com muito orgulho, faz parte da história do Recife, de Pernambuco e do Brasil.

Recife, 2010


quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Entre o concreto e a natureza


ENTRE A NATUREZA E O CONCRETO
Recife, dez/2013
Fotografia de Clóvis Campêlo


Paulo Cavalcanti






PAULO CAVALCANTI
Recife, 1991
Fotografias de Clóvis Campêlo

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O barco


O BARCO
Recife, 2013
Fotografia de Clóvis Campêlo

Mestre Salustiano


MESTRE SALUSTIANO

Clóvis Campêlo

Nasceu na cidade de Aliança, em Pernambuco, no dia 12 de novembro de 1945.
Foi pioneiro na divulgação da cultura da Zona da Mata Norte, influenciando artistas como Antônio Nóbrega, Chico Science & Nação Zumbi, Silvério Pessoa, Siba Veloso e outros.
Era pai de 15 filhos, oriundos do relacionamento que teve com dez mulheres diferentes. Destes, apenas três não seguiram os passos do pai pelos caminhos da cultura popular pernambucana.
Ao longo da sua carreira, chegou a gravar quatro discos: Sonho da rabeca, As três gerações, Cavalo marinho e Mestre Salu e a sua rabeca encantada.
Motorista profissional, o rabequeiro foi agraciado, em 1965, com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal de Pernambuco.
Em 1977, ao lado de Augustinho Pires e Manoel Mauro, fundou o Maracatu Piaba de Ouro, que conquistou por sete anos consecutivos o título de campeão do Carnaval pernambucano, e hoje é considerado um dos mais ricos do Estado com mais de 250 componentes e uma orquestra de 20 músicos.
Em 1990, foi homenageado com o título de "reconhecido saber" concedido pelo Conselho Estadual de Cultura.
Em 2001, recebeu do presidente Fernando Henrique Cardoso a Comenda da Ordem do Mérito Cultural.
Em 2005, recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.
Faleceu no Recife, aos 62 anos, às 7h55 do domingo, dia 31 de agosto de 2008, no Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), onde estava internado por causa de uma arritmia cardíaca e do mal de Chagas.
Foi sepultado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista.

Fonte: Jornal do Commercio, Recife, 01/9/2008


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O que esperar do Ano Novo?


O QUE ESPERAR DO ANO NOVO?

Clóvis Campelo

Talvez tudo isso seja apenas mais uma convenção humana. Não gosta o homem de tudo dividir, diminuir em pedaços e talvez ter uma compreensão melhor dos processos? Talvez seja por aí.
Afinal que sentido faz dividir o tempo, tentar seccioná-lo em blocos? Não será ele uma linha contínua e ininterrupta rumo ao infinito? Mesmo que em algum trecho desse trajeto nós nos despeçamos dele, ele seguirá impune a sua rota pré-estabelecida sabe-se lá por quem.
Para onde caminha a humanidade e nós, míseros humanos? Por que insistimos em destruir a natureza onde que vivemos em vez de exercitar a coexistência pacífica? Que estranhas teorias conspiratórias (ou suicidas) orientam a nossa maneira de agir?
O meu amigo Milton Banana diria que essas considerações existenciais estariam fora de moda, que o homem pós-moderno exercita a sua praticidade sem ressentimentos ou sentimentos de culpa. Talvez numa estratégia insana de não pensar para não sofrer. Talvez numa estratégia pouco inteligente de preocupar-se apenas com o momento presente. Afinal, como indivíduos, somos transitórios e finitos.
Mas, contrariando Banana e sua praticidade pós-moderna, digo que me preocupa o destino do mundo mesmo sabendo que talvez não esteja mais aqui se acontecer uma catástrofe por nós provocada.
Afinal, que direito temos nós, os humanos desumanos, de colocar em risco a nossa existência e a existência de todas as outras espécies que conosco estão nesse mesmo barco? Em nome de que ideologia ou sistema, vamos nos permitir agredir o equilíbrio que sustenta a nós mesmo e a todos os nossos outros companheiro de viagem? Isso não me parece sensato, embora possa ser demasiadamente humano.
Mas, como ser humano, como poeta, e como bicho que quer sobreviver, exercito esse meu senso crítico e impotente.
Talvez isso me torne mais esperançoso de que, no ano que vem, possamos vislumbrar outras matizes. Talvez isso seja necessário apenas para me acalmar os ânimos e reanimar a força que os sentimentos dessa época antes me traziam.

Recife, 2014


No leito do Capibaribe


NO LEITO DO CAPIBARIBE
Recife, 2000
Fotografia de Clóvis Campêlo


Miguel Arraes de Alencar


Fotografia de Clóvis Campêlo/1994

MIGUEL ARRAES DE ALENCAR

Fotografia feita no Recife, no Largo do Carmo, no comício de encerramento da campanha eleitoral de 1994, quando Arraes se elegeu governador de Pernambuco pela terceira vez.

Clóvis Campêlo


Recife, 1994


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Barco pesqueiro


BARCO PESQUEIRO
Recife, 2009
Fotografia de Clóvis Campêlo


O Edifício Califórnia


Fotografia de Clóvis Campêlo/1994

O EDIFÍCIO CALIFÓRNIA

Clóvis Campêlo

O Edifício Califórnia foi construído em 1953, segundo projeto do arquiteto Acácio Borsoi.
O prédio é considerado um referencial e um dos marcos da arquitetura moderna do bairro de Boa Viagem.
Tem 14 pavimentos, 7.953 metros quadrados, 225 apartamentos (15 por andar) e um pavimento de cobertura. No andar térreo existem 16 lojas e um teatro que nunca chegou a ser utilizado.
O Edifício Califórnia foi erguido numa época em que o bairro de Boa Viagem era usado apenas para veraneio.
De acordo com estudos feitos pela Prefeitura da Cidade do Recife, o prédio serviu de modelo para que a população do município começasse a dar importância aos afastamentos frontais e laterais em relação aos prédios vizinhos. Assim, Pernambuco iniciava uma arquitetura contrária às construções do Estado do Rio de Janeiro, onde os edifícios são colados uns aos outros.
Segundo o escritor pernambucano Joca Souza Leão, na sua coluna Pano Rápido (Revista Algomais, Recife, setembro de 2008), "o Edifício Califórnia foi um projeto ousado para os anos 50. Pequenos apartamentos e quitinetes à beira-mar. Os condôminos seriam veranistas (nesse tempo ainda se veraneava em Boa Viagem), casais sem filhos, desquitados (na época ainda não havia divórcio) e estudantes universitários, vindos do interior para estudar no Recife. Seriam. Não foram. Os apartamentos viraram garçoniéres. E os quitinetes, antecessores dos motéis. Logo, logo deteriorado e decadente".

Recife, 2008


domingo, 21 de dezembro de 2014

Celina de Holanda



Fotografias de Clóvis Campêlo/1991

CELINA DE HOLANDA

Clóvis Campêlo


Celina de Holanda Cavalcanti de Albuquerque, ou simplesmente Cecé como gostava de ser chamada, nasceu no município do Cabo de Santo Agostinho em 19 de junho de 1915 e morreu no Recife em 04 de julho de 1999. Jornalista e poeta, passou a residir e a atuar em Recife onde publicou seus primeiros poemas nos cadernos de cultura do Jornal do Commercio e Diario de Pernambuco.
Publicou vários livros: o primeiro livro, O Espelho da Rosa, em 1970, quando tinha 55 anos de idade; A Mão extrema (1976); Sobre Esta Cidade de Rios (1979); Roda D'água (1981); As Viagens (1984); Pantorra, o engenho (1990) e Viagens Gerais de 1985, coletânea dos livros anteriores e mais os inéditos: A Fogo e Faca e Tarefas de Ninguém.

Fonte: Interpoética.
Recife, 1991

sábado, 20 de dezembro de 2014

Parede


PAREDE
Recife/PE, 1992
Fotografia de Clóvis Campêlo


Com que roupa?


Equipe do Santas Cruz em 1979

COM QUE ROUPA?

Clóvis Campêlo

Em 1979, diante da perspectiva de uma excursão internacional inédita, o mês de fevereiro começou com uma movimentação intensa no Santa Cruz.
Enquanto em uma das salas do Departamento de Futebol do Mais Querido, um alfaiate tirava as medidas para a confecção das roupas da delegação que viajaria ao exterior, em outra, os jogadores e demais membros da comissão eram vacinados contra o cólera e a febre amarela.
No dia 3 de fevereiro, o clube comemoraria com discrição os seus 65 anos de fundação, contando com a presença de Luiz Gonzaga Uchoa Barbalho, único sócio fundador do clube ainda vivo.

Torneio Internacional

No dia 7, o tricolor faria contra a seleção da Checoslováquia o jogo principal de um torneio internacional que contou ainda com a presença do Clube Náutico Capibaribe e do Botafogo da Paraíba. O jogo serviu, também, para a entrega das faixas aos campeões estaduais de 1978.
Os checos vinham de uma longa excursão por todo o Brasil, alternando bons e maus resultados. Naquela noite, no Estádio do Arruda, encontraram um Santa Cruz inspiradíssimo e levaram uma goleada histórica. O placar de 4x0 mostra bem a superioridade da equipe coral.
Em que pese o domínio tricolor, o primeiro gol só foi marcado aos 40 minutos do primeiro tempo por Neinha, de cabeça, aproveitando um cruzamento de Volnei.
No segundo tempo, logo aos cinco minutos, Volnei recebeu um passe de Betinho e marcou o segundo tento. Aos nove minutos, novamente Volnei recebe de Betinho e chuta sem chances para o goleiro Cervenan. Aos 43 minutos, Neinha consolida o placar marcando o quarto tento, depois de uma jogada que contou com a participação de Volnei e Betinho, os três melhores em campo.
O Santa Cruz venceu com Joel Mendes; Carlos Alberto Barbosa (Vassil), Paranhos (Lula), Alfredo Santos e Pedrinho; Givanildo, Betinho (Zé Roberto) e Carlos Roberto; Jadir (Volnei), Neinha e Joãozinho.
A Checoslováquia formou com Cervenan; Kunzo, Vacilavithck, Macela e Pygell; Rott, Hadimeck e Berger; Lithka, Novak e Klovich.
A renda do jogo foi de Cr$ 731.865,00. Na preliminar, Botafogo/PB 2x1 Náutico.
No dia 9, a equipe coral voltaria a campo para derrotar o Botafogo/PB por 1x0 e garantir a conquista da Taça Marco Antônio Maciel, assim denominada em homenagem ao governador recém nomeado.
O gol da vitória foi marcado por Betinho, aproximadamente aos 30 minutos do primeiro tempo, ao receber um passe de Joãozinho e chutar com a perna direita, antes que a bola tocasse no chão. O Santa Cruz formou com Joel Mendes; Carlos Alberto Barbosa, Paranhos, Alfredo Santos e Pedrinho; Givanildo, Betinho e Carlos Roberto (Deinha); Volnei, Neinha (Gonçalves) e Joãozinho.
O Botafogo/PB atuou com Salvino; Mendes (Edílson), João Carlos, Deca e Marquinhos; Nelson, Zé Eduardo e Nicássio; Noé Silva, Magno e Soares (Vandinho). O jogo foi dirigido por Dirceu Arruda e a renda somou Cr$ 277.065,00. Na preliminar, Náutico 1x1 Checoslováquia.

Rumo ao Ceará

Dois dias após conquistar o torneio, no dia 11, a equipe tricolor empataria com o Ceará Sporting, em Fortaleza.
A rápida excursão se encerraria na cidade de Sobral, contra o Guarani local, com outro empate, desta feita por 2x2.
Os gols do Santa Cruz foram marcados por Givanildo e Joãozinho, enquanto Barbosa, de pênalti, e Chiquinho marcaram para o Guarani.
O Santa Cruz formou com Joel Mendes; Vassil, Paranhos (Alfredo Santos), Lula e Pedrinho; Givanildo, Volnei e Deinha (Carlos Alberto); Gonçalves, Neinha (Carlos Roberto) e Zé Roberto (Joãozinho).
O Guarani, com Dario; Barbosa, Jorge, Frota e Iran; Zé Maria, Tecoteco e Chiquinho; Zé Duarte, Zé Ivan e Pipiu (Nino).
O jogo foi dirigido por Leandro Serpa e a renda foi de Cr$ 95.430,00.

Despedida na Bahia

O Santa Cruz ainda jogaria contra o Itabuna, na Bahia, empatando de 0x0 e mantendo uma invencibilidade de vários jogos.
O clube coral partiria para a sua primeira excursão internacional em 65 anos de existência com 80% das cotas dos jogos pagas.


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A minha insignificância


A MINHA INSIGNIFICÂNCIA

Clóvis Campêlo

Na casa do meu sogro, em Carolina, no sul do Maranhão, era assim: só quem dormia em cama era ele e a mulher, minha sogra. Foi assim, aliás, que constituíram uma família de nove filhos. Os filhos, estes, todos, dormiam em redes no quarto contíguo. Assim, quando fui admitido na família, inseri a minha rede na fileira do quarto filial. Era mais um que chegava, mais uma rede para contabilizar que a família voltava a crescer e começava a receber novos agregados.
De Carolina para o Recife, foi um pulo. Na minha casa, nunca faltou uma rede. Nelas, embalei os meus filhos e os netos. Com um pouco de sorte, talvez consiga até embalar os bisnetos. A rede passou a fazer parte do nosso ambiente doméstico. Um utensílio indispensável.
Procuro no Google, o novo pai dos burros, quem inventou a rede e confirmo que se trata de uma invenção ameríndia, feita originalmente com cipós e lianas. No Brasil colônia foi reinventada com algodão e enfeitada com franjas. Deixava, assim, de ser um utensílio doméstico indígena para ser um ornamento a mais nas casas dos nossos invasores e dominadores.
Durante muitos anos morei em um prédio no bairro do Cordeiro, no Recife, onde disputava com um vizinho para ver quem permanecia mais tempo na rede, à noite, nos terraços dos nossos apartamentos. Era uma disputa mais do que amigável, já que ele, um matuto de Jataúba, cidade situada no agreste do Estado, não dispensava horas de relaxamento e cochilos na rede.
Por essa época, apelidei a rede de “minha insignificância”. Sempre que precisava interromper alguma conversa longa ou desinteressante, usava sempre esse argumento: “já está na hora de me recolher à minha insignificância”! Funcionava a contento, as pessoas entendiam e até achavam graça.
Hoje, mesmo morando no décimo sexto andar de outro edifício, não dispenso a rede no terraço, onde costumo ver a lua cheia nascer por trás dos edifícios da Madalena. Mesmo assim, ainda insatisfeito por conta dos dias de chuva, que me privam do terraço panorâmico, instalei outro armador de rede na sala para as emergências.
Por nada nesse mundo, eu me separo da minha insignificância!

Recife, dezembro 2014


O anjo


O ANJO
Recife, 2000
Fotografia de Clóvis Campêlo

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A bordo do ferry-boat












A BORDO DO FERRY-BOAT
Baía de São Marcos
São Luís/MA, fevereiro 2014
Fotografias de Clóvis Campêlo

O urso Teu Urso, de Beberibe











O URSO TEU URSO, DE BEBERIBE
Recife, carnaval 2014
Fotografias de Cida Machado