terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Escadas




ESCADAS
Fotografias de Clóvis Campêlo
Recife, 1991


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

"Centrefó" de armação


"CENTREFÓ" DE ARMAÇÃO

Clóvis Campêlo

Aramis Trindade nasceu no bairro de São José, no Recife, oriundo de uma família de jornalistas. O seu avô, Francisco Trindade, atuou no jornal recifenses "A Província". Seu tio, Djalma Trindade, foi redator do jornal "A Noite". Seu pai, Aristófanes Trindade, trabalhou na Folha da Manhã, no Jornal Pequeno e no Diário de Pernambuco, entre outros. Consta que foi ele, Aristófanes, que, na década de 30, que levou Tará, segundo os estudiosos do assunto, o maior jogador que já passou pelo futebol pernambucano, para jogar no Santa Cruz. Seu irmão, Bóris Trindade, trabalhou na Folha da Manhã, Jornal do Commercio, Correio do Povo e Diário de Pernambuco.
No jornalismo pernambucano, Aramis marcou época, destacando-se sobretudo na área esportiva. Em 1946, aos 16 anos, começou na Folha da Manhã e não mais parou. Criador de tipos e bordões espirituosos, consta que foi ele que batizou o Santa Cruz com o nome de Repúblicas Independentes do Arruda, embora outros pesquisadores afirmem que a denominação foi criada pelo falecido jornalista Júlio José, na década de 70, quando o Santa Cruz mantinha-se hegemônico no futebol pernambucano e aumentava de forma positiva o seu patrimônio material.
Em 1958, Aramis formou-se em advogado pela Faculdade de Direito do Recife. Bacharel feito, aos poucos foi trocando o jornalismo pela advocacia, destacando-se na área trabalhista.
Faleceu em no dia 8 de junho de 2004, aos 74 anos, vítima de um enfarte. Segundo o Diário de Pernambuco, o seu caixão foi enrolado com a bandeira do Santa Cruz, clube ao qual a família Trindade sempre esteve ligada ao longo dos anos.
Em 1987, Aramis lançou o livro "Centrefó" de Armação, contando casos e fatos relacionados com o futebol pernambucano, notadamente ao Santa Cruz Futebol Clube.
Na crônica que dá nome ao livro, Aramis conta a história do atacante Zezinho, contratado pelo dirigente coral Benjamim Vanstein ao Santos de São Paulo.
Com o seu estilo crítico e irônica, Aramis mostra como, na época, década de 60, era comum os dirigentes pernambucanos serem ludibriados pelos clubes do sudeste, quase sempre nos empurrando verdadeiros pernas-de-pau como jogadores de categoria.
Ao saberem que o dirigente tricolor estava em São Paulo para contratar um grande atacante, os jogadores santista resolveram ajudar Zezinho, que se encontrava encostado no clube.
Deixaram Zezinho arrasar no treino, marcando cinco tentos e impressionando vivamente o cartola pernambucano.
Sob grande expectativa, Zezinho chegou ao Recife e foi escalado para estrear num clássico contra o Naútico. Jogo iniciado e nada de Zezinho entrar na área para mostrar as suas qualidades de centro-avante rompedor. Impaciente, o treinador indaga ao jogador:
- "Ô Zezinho, que diabo de centrefó é você? O pau tá comendo na frente e você aqui na linha média, como se fosse meia?
Cínico, Zezinho responde: - "Ô mestre, sou centrefó de armação..."


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Escadas



ESCADAS
Fotografias de Clóvis Campêlo
Recife, 1991


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Breves e mal ensaiadas reflexões sobre o machismo


BREVES E MAL ENSAIADAS REFLEXÕES SOBRE O MACHISMO

Clóvis Campêlo

Quando Deus nos modelou (os machos) e colocou a massa no forno, na região da púbis, o barro não rachou. Pelo contrário, projetou-se para fora, formando uma protuberância, uma saliência atrevida. Esse (feliz) acaso, provocado pelo excesso de alguma substância diferenciada no barro utilizado, supostamente colocou-nos, ao longo da história da humanidade, do lado do poder.
E isso é fácil de explicar: ela significava força, massa muscular, uma capacidade maior de execução dos trabalhos físicos. E isso nos valorizou (os machos).
Nas sociedades primitivas, esse (feliz) acaso nos tornou guerreiros, intrépidos, atrevidos, sanguinários, valentes. Quase sem querer, dominamos o mundo.
As mulheres viviam felizes cuidando das suas tarefas de mulheres e chorando os guerreiros mortos nos campos de batalha.
Mas, rei morto, rei posto, o choro era curto e logo arranjava-se outro macho mantenedor e defensor da prole.
E essa condição não existia só no ocidente. Na China feudal, anterior à Revolução Cultural do Grande Timoneiro, era comum as famílias maldizerem e exterminarem as filhas fêmeas, porque significavam uma boca a mais e uma menor força de trabalho no campo. De certo modo, isso só se modificou a partir da revolução comunista, que em menos de cem anos transformou um país medieval e repleto de grandes injustiças sociais numa grande potência mundial.
Nas sociedades mais modernas, onde a mais valia e a possibilidade do lucro sempre as orientou e ditou as leis, essa condição não só foi mantida como foram criadas regras sociais que a justificassem. Quem quiser que fosse de encontro à elas (as regras sociais)! Sempre estivemos todos nelas enquadrados.
Na medida em que o desenvolvimento tecnológico foi substituindo a força de trabalho masculina pela força de trabalho das máquinas e equipamentos, foram se consolidando as condições adequadas (do ponto de vista do lucro do sistema) para que as mulheres fossem se emancipando e ocupando outros lugares e papeis nas sociedades. Isso sempre rendeu uma aparente satisfação (para elas) e a manutenção do lucro (para os donos do sistema).


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Visões do Recife (II)





VISÕES DO RECIFE (II)
Fotografias de Clóvis Campêlo
Recife, Pernambuco, 1998


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

É de fazer chorar!


Fotografia de Clóvis Campêlo / 2008

É DE FAZER CHORAR!

Clóvis Campêlo

No carnaval do Recife nunca tem gato na tuba. O som rola livre e solto e nas escala de dó, fá e sol os músicos executam com maestria os compassos seguros da marcação do frevo.
Porém, se na tuba nunca teve gato, já teve gajo executando a inspiração gaiata de parodiar o lema positivista do nosso símbolo pátrio. Deu bandeira. “Desordem e retrocesso” foi a palavra de ordem.
Para usar uma palavra do agrado do poeta caruaruense Demóstenes Felix, eu diria que o Carnaval é DESCONSTRUÇÃO.
Carnaval é permissividade, e assim sendo faz com que as pessoas dispam-se dos estereótipos e passem a viver, de forma lúdica, outros personagens.
No Carnaval, podemos até mesmo assumir o papel de antípoda de nós mesmos, sermos o OUTRO. E sendo o outro, encurtarmos as distâncias conceituais, fazer cair por terra as máscaras do faz-de-conta, as convenções e as normas que regem a sociedade.
Assim sendo valem as sátiras sociais, as críticas políticas, a mudança dos costumes, a transmutação do indivíduo. Vale a catarse.
Por isso, é de fazer chorar quando o dia amanhece e obriga o frevo a acabar.
Por isso, a quarta-feira de cinzas é sempre tão ingrata: retornamos à realidade, repomos as indumentárias neurotizantes do dia-a-dia, reassumimos os papéis que nos são impostos pela vida e aos quais nem sempre escolhemos.
Enfim, deixando de ser o outro, voltamos a ser nós mesmos e nós perdemos novamente. Deixamos de ser curvas e voltamos e ser retas.
Assim, reconstituímos a “ordem” e o “progresso” até que venha o próximo carnaval.


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Visões do Recife (I)





VISÕES DO RECIFE (I)
Fotografias de Clóvis Campêlo
Recife, Pernambuco, 1998


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Bloco da Saudade



BLOCO DA SAUDADE 1997
Fotografia de Clóvis Campêlo
Recife, 1997

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Troça Carnavalesca Minha Cobra











TROÇA CARNAVALESCA MINHA COBRA
Fotografias de Clóvis Campêlo
Olinda/PE, 11/02/2013

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Folia de papangus











FOLIA DE PAPANGUS
Fotografias de Clóvis Campêlo
Bezerros/PE, fevereiro de 2009

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Praia de Ponta de Pedra












PRAIA DE PONTA DE PEDRAS
Fotografias de Clóvis Campêlo
Goiana/PE, 1994

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Maracatus do Recife Velho











MARACATUS DO RECIFE VELHO
Fotografias de Clóvis Campêlo
Recife, fevereiro de 2009