O POETA
Clóvis Campêlo
Para Alberto da Cunha Melo
Trôpego, o poeta caminha,
desafia o espaço e recria,
assim como um equilibrista,
a geografia do seu abismo.
A força que o impulsiona,
instinto necessário à vida,
arquiteta com traição
a hora do golpe final.
Cumpre a sua trajetória fatal
qual manso e belo cordeiro que,
cego pela luz mais próxima,
imagina vastas planícies.
Acaricia-lhe o vento
a face pálida e vazia.
Já não canta a felicidade,
apenas caminha e vai.
Trôpego, o poeta caminha,
desafia o espaço e recria,
assim como um equilibrista,
a geografia do seu abismo.
A força que o impulsiona,
instinto necessário à vida,
arquiteta com traição
a hora do golpe final.
Cumpre a sua trajetória fatal
qual manso e belo cordeiro que,
cego pela luz mais próxima,
imagina vastas planícies.
Acaricia-lhe o vento
a face pálida e vazia.
Já não canta a felicidade,
apenas caminha e vai.
Recife, 1991
Publicado no jornal Folha de Pernambuco, Recife, nos dias 14 e 27.04.2010.
Publicado no jornal Folha de Pernambuco, Recife, nos dias 14 e 27.04.2010.
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