sexta-feira, 4 de maio de 2018

A Igreja Matriz do Santo Antônio


Fotografias de Clóvis Campêlo / 2018

A IGREJA MATRIZ DO SANTO ANTÔNIO

Clóvis Campêlo

Segundo a Wikipédia, a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento do Santo Antônio, situada na Praça da Independência, é um dos mais significativos exemplares de arquitetura barroca na cidade.
Ainda segundo a Wikipédia, no local, hoje ocupado pela Igreja, antigamente havia trincheiras construídas pelos invasores holandeses, e a sua Casa da Pólvora. Um século depois de sua expulsão do Brasil, o terreno então desocupado foi adquirido em 1752 pela Irmandade do Santíssimo Sacramento, para construção de uma igreja. As obras foram concluídas em 1790. A decoração do interior se estendeu até o século XIX, com esplêndida obra de talha principalmente na capela-mor, além de painéis pintados de Sebastião da Silva Tavares. A pintura e a douração foram realizadas por Manuel de Jesus Pinto entre 1790 e 1805.
Sobre a igreja, aliás, no livro Velhas Igrejas e Subúrbios Históricos, o escritor Flávio Guerra narra o seguinte fato inusitado: “Em uma tarde de procissão, verificou-se a morte do pardo Manuel Francisco de Carvalho Oreça que em 1879, estando a repicar os sinos em folguedo com outros rapazes despencou da torre bateu num tabuleiro de doces, falecendo instantaneamente. Entre os que se encontravam na torre com Manuel, estava Jesuíno Jerônimo de Farias, que dois anos antes, também caíra do alto da igreja do Carmo, matando três pessoas e ficando gravemente ferido durante muitos anos”.
Voltando à Wikipédia, “o grande destaque na decoração interna é a capela-mor, com um altar de luxuriante talha rococó em estilo escalonado, como um trono para o Crucificado e o Santíssimo Sacramento no topo, ladeados por nichos contendo as imagens de Santo Antônio e São Sebastião, tendo abaixo o sacrário para o Santíssimo Sacramento, além de painéis pintados nas paredes laterais e mobiliário esculpido”.
Segundo texto da historiadora Semira Adler Vainsencher, publicado no site da Fundação Joaquim Nabuco, “Na parte interna do lado direito da Matriz localiza-se o cemitério. Nele, estão sepultados os corpos decepados dos insurretos da Revolução Pernambucana de 1817. Além desses, entre os túmulos, destacam-se os jazigos de Florismundo Marques Lins, o 2º barão de Utinga, e o de Jerônimo Vilela de Castro Tavares, poeta, político e jornalista. Contudo, até a metade do século XIX, existiam vários tipos de sepultura na Matriz de Santo Antônio. Os suicidas, os católicos condenados e os escravos, por exemplo, eram enterrados em túmulos à parte, algo que era tido como uma humilhação, do ponto de vista social'.
Ainda segundo Semira, “A pintura e a douração da igreja foram realizadas por Manuel de Jesus Pinto, de 1790 a 1805. No altar do consistório, há um painel do Espírito Santo, uma obra realizada pelo mesmo autor. No batistério, por sua vez, observa-se um quadro do início do século XIX - O Batismo de Jesus - pintado por José Elói, o responsável, também, pela pintura dos painéis da igreja do Mosteiro de São Bento, em Olinda”.
Hoje, situada numa parte da cidade que perde importância econômica e social, apesar do seu grande valor histórico, a Igreja Matriz de Santo Antônio passa por mais uma reforma importante e necessária.


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