sexta-feira, 20 de abril de 2018

Os prédios do Terceiro Jardim de Boa Viagem

Fotografia de Clóvis Campêlo / 2018

OS PRÉDIOS DO TERCEIRO JARDIM DE BOA VIAGEM

Clóvis Campêlo

 
Segundo a placa existente no calçadão, os três jardins existentes na praia da Boa Viagem foram inaugurados em 31 de março de 1970, durante a gestão do prefeito Geraldo Magalhães Melo.
Os prédios altos ali existentes hoje, foram construídos antes da criação da lei de ocupação do solo urbano, substituindo as casas com quintais repletas de coqueiros que haviam antes.
O belo e portentoso prédio do meio pertence ao hotel Beach Class Suíte. Nele observamos que diferentemente dos outros há uma mudança no estilo arquitetônico.
Enquanto nos dois prédios que o ladeiam se sobressaem as linhas funcionais da arquitetura moderna, em ângulos retos e sem muitas firulas, o edifício central possui curvas e pontas que demonstram muito mais uma função decorativa do que algum objetivo prático. Um exemplo do que convencionou chamar de arquitetura pós-moderna? Talvez sim. Vejamos abaixo algumas considerações sobre isso.
Segundo o site Porto Bello, “a arquitetura também foi profundamente afetada pela onda moderna e se transformou radicalmente, em especial nas primeiras décadas do século XX. Esse foi um período de rejeição aos estilos tradicionais. Ocorreram modificações em diversos aspectos, que deram forma a muito do que é construído até hoje em cidades do mundo inteiro. Quem conseguiu resumir bem o espírito desse momento foi o alemão Mies van der Rohe (1886 – 1969), em uma frase que é, ela própria, exemplo do seu significado: “menos é mais”. A Arquitetura Moderna privilegia tudo o que é simples, mas nunca o que é simplório. Essa característica se manifesta principalmente nas formas (que são básicas) e nos materiais utilizados (o concreto aparente, o aço e o vidro são as matérias-primas favoritas). Ao redor de todas as peculiaridades que marcam essa vertente, está a valorização das funções sociais das construções. Em diferentes graus, todos os grandes arquitetos modernos preocupam-se com a forma como suas criações serão utilizadas na prática pelas pessoas”.
Segundo o blog Arquiteto Fala, diferentemente da primeira, “a arquitetura pós-moderna, nada mais é do que um termo usado para definir as novas propostas arquitetônicas a partir dos anos 60, assim como fazer uma crítica ao movimento anterior, conhecido como arquitetura moderna. Uma crítica ao excesso de funcionalidade, onde a forma seguia a função. No pós-modernismo prevalece o impacto visual. O maior desafio dos arquitetos pós-modernos, é conseguir resolver a separação entre o "gosto" das elites que criam os ambientes, e os diferentes tipos de público que irão utilizar esse determinado espaço. Se antigamente o cliente não participava diretamente da idealização do projeto, agora ele passa a ser o protagonista juntamente com o arquiteto, pois a sociedade da informação permite que o público participe, cabendo ao arquiteto traduzir esses "diversos gostos", com bom senso”.
De um modo geral, as definições acima, se não nos esclarecem completamente quanto aos dois estilos arquitetônicos, podem nos ajudar a ver com mais clareza cada uma dessas propostas.

No que tange ao prédio acima em questão, segundo o arquiteto Aristóteles Coelho Pinheiro, não é pós-moderno nem art decó. É apenas uma cópia em escala reduzida do Miami Beach.

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