sexta-feira, 13 de abril de 2018

O Edifício Acaiaca


Fotografias de Clóvis Campêlo / 2018

O EDIFÍCIO ACAIACA

Clóvis Campêlo

Segundo Rachel Mota, em matéria publicada no site Por Aqui, em 19/5/2017, o prédio nasceu como um local destinado a veraneio, já que era assim que o bairro era visto em seus primórdios. Não se passaram muitos anos até que as famílias descobrissem o quão encantador seria morar em frente ao mar. Segundo o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Luiz Amorim, o Acaiaca é uma das soluções oferecidas pelos arquitetos Delfim Amorim e Lúcio Estelita para o problema do edifício vertical moderno destinado à moradia. “As características da edificação quando da sua construção, no final dos anos de 1950, o destacaram na paisagem litorânea por sua dimensão, verticalidade e simplicidade volumétrica”, analisa. De acordo com Amorim, o Acaiaca tem propriedades arquitetônicas inusitadas. “As janelas horizontais contínuas voltadas para a paisagem marítima, a aplicação de azulejos desenhados por Amorim para o revestimento das fachadas e o uso do peitoril ventilado para garantir a plena circulação no interior dos apartamentos, mesmo com as janelas fechadas, tornaram-no elemento de referência urbana”, observa.
Segundo matéria publicada no site Notícias NE 10, o edifício que foi construído no fim da década de 50 tem 11 andares e 44 apartamentos - quatro por andar. No meio de tantos prédios, chama a atenção por ser um dos poucos que são horizontais na praia. Delfim Amorim foi o arquiteto da construção, que tem inspiração modernista. Sete funcionários cuidam do edifício. Entre eles, está o único porteiro do condomínio: Mauro Clenio. Ele tem 38 anos e já dedica 12 deles ao Acaiaca. Da janela de sua portaria, enxerga o mar diariamente, porém sem perder a concentração com o serviço de atender os moradores. "O mar é relaxante, mas é preciso atenção. Fico aqui na portaria e também auxílio às pessoas dos apartamentos quando elas precisam", disse Clenio, que se gaba de ter um escritório na praia. "Poucos podem falar isso", brinca.
Segundo o Dicionário Ilustrado Tupi-Guarani, acaiaca é uma árvore, mais conhecida como cedro. A árvore também é conhecida como: cedro amarelo, cedro-rosa, cedro-branco, cedro-vermelho, cedro-da-várzea, aca jucatinga, acajatinga, cedro-balata, capiúva, aiacá, acajacá e acaiacatinga. O nome acaiacá tem origem nas línguas Aruák e Karíb. É também o nome de uma cidade no interiore de Minas Gerais.
Segundo matéria assinada por Guilherme Carréra, publicada no jornal Correio Braziliense, em 17/8/2015, citando dez lugares que revelam a história e a arquitetura do Recife, faz a seguinte referência ao Edifício Acaiaca: “O arquiteto franco-suíço Charles-Édouard Jeanneret-Gris , nascido em 1887, transformou os conceitos da arquitetura. Conhecido como Le Corbusier, é um dos criadores da arquitetura modernista, escola seguida mundo afora, inclusive, no Recife. Principal representante dessa corrente, o edifício Acaiaca foi desenhado pelo português Delfim Amorim, sob forte influência corbusiana. À beira-mar da praia de Boa Viagem, Zona Sul da cidade, é ponto referencial dos frequentadores da orla. Na altura do Segundo Jardim, o Acaiaca possui 11 andares e 44 apartamentos”. Mesmo considerando o erro no que se refere à localização do edifício, na verdade situado bem depois do Segundo Jardim de Boa Viagem, o texto nos esclarece quanto a inspiração do arquiteto ao criar o projeto do edifício.


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