terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Eu sou Dilma!


EU SOU DILMA!

Clóvis Campêlo

Em 1998, quando na disputa pelo Governo de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos derrotou Miguel Arraes de Alencar por uma diferença superior a 1 milhão de votos, estabeleceu com as forças mais reacionárias da política pernambucana um acordo visando dominar o Estado pelos próximos 20 anos. Esse projeto encampava a reeleição do prefeito Roberto Magalhães, em 2000, e a anulação das forças políticas de esquerda no Estado.
No entanto, naquela mesma eleição, o projeto começou a dar água e afundou de vez por conta das desavenças internas entre o personalista Jarbas e os seus aliados de última hora e da empáfia e arrogância do prefeito Roberto Magalhães, que tentava a reeleição contra o famélico João Paulo de Lima e Silva, negro, filho de um cobrador de ônibus, ex-metalúrgico, fundador da CUT e do PT no Estado de Pernambuco, e candidato heróico das oposições esquerdistas à cobiçada prefeitura.
Entre outras coisas, apoiando-se nas pesquisas que garantiam a sua vitória ainda no primeiro turno da eleição municipal, Roberto Magalhães chegou ao displante de dar uma banana às pessoas que o vaiavam no calçadão de Boa Viagem. Foi mais longe, porém: em um debate na televisão pernambucana, no alto da sua prepotência, chegou a afirmar aos telespectadores que não mudaria o seu jeito de ser e quem quisesse que votasse nele assim mesmo. Resultado: deixou de ganhar a eleição no primeiro turno e a perdeu definitivamente no segundo.
Com todo o seu perfil "negativo", João Paulo foi eleito prefeito do Recife, aniquilando o sonho reacionário da direita e abrindo caminho para a eleição de Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes, ao Governo do Estado, em 2006.
Com dois mandatos conquistados pelo voto direto e com duas grandes administrações, João Paulo ainda se deu ao luxo de eleger o seu sucessor, João da Costa, um ilustre desconhecido do eleitorado recifense.
Hoje, a cidade do Recife e o Estado de Pernambuco vivem momentos de grande afirmação política e econômica, deixando para trás o que havia de mais retrógado.
Foi esse pessoal derrotado que José Serra escolheu para aliado. É esse pessoal derrotado que nós, recifenses e pernambucanos, não queremos mais ver de volta ao poder.
Foi esse pessoal derrotado que sofreu novo revés nas urnas, esse ano, quando Eduardo Campos devolveu com sobras, a Jarbas Vasconcelos, a derrota sofrida por seu avô, em 1998.
É por isso tudo e muito mais, e pensando no Novo Brasil que se consolida no presente como o país do futuro, que, amanhã, dia 31 de outubro, votarei em Dilma Roussef para a Presidência da República.
Atraso, nunca mais.

Recife, 2010

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