segunda-feira, 12 de março de 2012

Engenho e arte



ENGENHO E ARTE


Clóvis Campêlo

Quero morrer no fim da vida
qual chama suave que se apaga
ao sopro de uma brisa vaga,
final transmutação contida.

Qual brasa que afinal esfria,
viga que cede sem açoite,
naturalmente como a noite
substitui a luz do dia.

Naturalmente como a água,
que sempre nos mares deságua,
em vapor para o alto parte,

quero morrer no fim da vida.
E pra ser breve a despedida
me dê a vida engenho e arte.

Recife, 1991


5 comentários:

Carmo Vasconcelos disse...

Beleza de soneto, caro amigo Clóvis!
Já guardei para inserir na nossa Revista eisFluências do próximo mês de Abril.
Parabéns e meu abraço

Alcides Ferraz disse...

Muito bom, meu caro. Belíssimo,
abraços

Wagner Ortiz disse...

Muito lindo o poema amigo Clóvis, leves palavras, rima gostosa e sabor literário comparável ao melhor café colombiano! Ótimo!

Urariano Mota disse...

Muito bom, Clóvis.
Maturidade e arte.

Violante Pimentel disse...

Parabéns pelo belíssimo soneto, poeta Clóvis Campêlo! Uma mensagem revestida de lirismo, que nos conduz à reflexão...Um abraço!