Fotografia de Clóvis Campêlo (julho 2015)
O CAIS
Clóvis
Campêlo
Nem
sempre o cais é solidão ou despedida.
Também
pode ser encontro e chegada,
Retorno
ao ponto de partida
em
outra transversal do tempo.
Nem
sempre o cais é escuridão.
Também
pode ser uma intensa luz azul,
descortinando
novas visões do presente,
resgatando
o passado do mais puro esquecimento.
Nem
sempre o cais é ilusão e rigidez.
Também
pode ser sólido como as pedras que o seguram
ou
maleável e fluido como a água que o lava
E
justifica a sua existência.
Nem
sempre o cais se dissolve no ar.
Também
pode se condensar numa nova vida,
Em
novas crenças e amores,
Na
certeza de que tudo é eterno,
Mesmo
sendo passageiro.
4 comentários:
Muito bom, Clóvis. Nada tem de poema inútil.
O seu lembra as canções "Cais do porto", de Capiba, "Encontros e despedidas", de Milton Nascimento.
Aliás, o poema é, ele próprio, uma nova canção.
LINDO!!!
Lembre Pessoa: todo cais é uma saudade de pedra. Abraço
Muito oportuno, URARIANO. A questão é que o CLÓVIS CAMPELO sofre dessa nossa doença tropical: a modéstia.
abraço,
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