Clóvis Campêlo
Fotografia feita no ano de 1978, no prédio em que morávamos, no bairro da Boa Vista, no Recife. Pode ser que não pareça, mas Cida estava grávida de Tatiana. Não lembro quem fez a fotografia. Na dúvida, divido-me entre Zenóbio, um amigo que também morava no bairro e que, na época, frequentava a nossa casa, e meu irmão Carlinhos. Contra Carlinhos, porém, pesa o fato de que, na época, dividia-se entre o Recife e a cidade de Riachão, no Maranhão, onde trabalhou um certo tempo.
Mas, o fato mais importante é que Cida estava grávida do nosso primeiro filho. Não tínhamos como saber, então, qual o sexo da criança. Por isso, a chamávamos de Roberval, numa alusão ao personagem Roberval Taylor, de Chico Anysio, que fazia muito sucesso na televisão, no programa Chico City.
O sucesso desse programa humorístico, inclusive, era tão grande que terminou por batizar até hoje o Conjunto Residencial Brigadeiro Francisco Correia de Melo, no bairro da Vila do Ipsep, na zona sul do Recife. Assim, íamos na onda e no bom humor de brincar afetuosamente com a criança que nasceria alguns meses depois, em janeiro de 1979. Combinamos, então, que se a criança fosse menino teria o nome escolhido por mim. Caso contrário, Cida escolheria seu nome.
Fico pensando aqui comigo, como até poucos anos atrás a tecnologia disponível era precária. No máximo, ouvia-se o coração do bebê batendo, numa zoada que parecia uma lâmina de flandre sendo balançada. Era um sucesso, isso. A audição do batimento cardíaco de Tatiana (na época, Roberval) se deu em uma das visitas feitas no consultório da dra. Aspásia Pires, a obstetra que acompanhou Cida nos seus dois partos (Tatiana e Gabriel). Hoje, já se sabe com quase absoluta certeza do sexo do bebê, da sua posição na bolsa e até do seu sofrimento, nos casos em que a gravidez caminha para um lado indesejado.
Tatiana (na época, Roberval), porém, parecia não ter pressa de vir ao mundo, e no dia 20 de janeiro de 1979, Ano Internacional da Criança, foi marcada a data da cesariana.
Chegamos cedo na maternidade do Hospital Português, mas a dra. Aspásia preferiu o uso dos fórceps, já que a criança estava atravessada e laçada. Até hoje, Tatiana tem na testa as marcas desse procedimento. Mas, apesar do nervosismo do momento, tudo correu bem e veio ao mundo uma menina linda e perfeita.
Vivi esse momento especial da minha vida ao lado dos meus pais, seu Clóvis e dona Tereza, e da minha avó materna, dona Carmelita. Na porta da sala de parto haviam dois bonecos, um masculino, de azul, e outro feminino, de vermelho. Quando o boneco feminino acendeu é que ficamos sabendo do sexo da criança nascida naquele momento. Roberval passava, assim, a ser definitivamente Tatiana, nome escolhido pela mãe, conforme combinado anteriormente.
Começava a ser formada, naquele momento, a família Machado Campêlo, com origens que iam desde a cidade de Carolina, no Maranhão, a Jaboatão dos Guararapes e Ipojuca, cidades na zona da mata pernambucana.
Um ano e dois meses depois, no dia 12 de março de 1980, dia dos aniversários das cidades de Olinda e Recife, nascia Gabriel, o nosso segundo descendente em linha direta. Mas essa já é outra história e outra fotografia.
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