MORRER DEVE SER TÃO FRIO
Clóvis Campêlo
Morrer deve ser tão frio,
solidão no cais do porto,
como as águas de um rio
desaguando num mar morto.
Fechando o início de um cio,
findando um trajeto torto,
alívio, talvez, desconfio,
depois, talvez, desconforto.
Talvez, quem sabe, um fio
cortando uma vida, aborto;
talvez, quem sabe, um envio,
o exílio de um rei deposto.
Morrer deve ser tão frio,
solidão no cais do porto.
Recife, 1994
Morrer deve ser tão frio,
solidão no cais do porto,
como as águas de um rio
desaguando num mar morto.
Fechando o início de um cio,
findando um trajeto torto,
alívio, talvez, desconfio,
depois, talvez, desconforto.
Talvez, quem sabe, um fio
cortando uma vida, aborto;
talvez, quem sabe, um envio,
o exílio de um rei deposto.
Morrer deve ser tão frio,
solidão no cais do porto.
Recife, 1994
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