quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O Homem da Meia Noite


O HOMEM DA MEIA NOITE

Clóvis Campêlo

É o mais famoso boneco gigante do carnaval de Olinda.
O bloco foi criado por Benedito Bernardino da Silva, Sebastião Bernardino da Silva, Luciano Anacleto de Queiroz, Cosme José dos Santos, Manoel José dos Santos e Eliodoro Pereira da Silva, no dia 2 de fevereiro de 1932, como uma dissidência do bloco Cariri, que saía às 4:30 horas do domingo de carnaval e se intitulava com a primeira agremiação a desfilar pelas ruas da Marim dos Caetés.
O boneco foi concebido pelos amigos e fundadores do bloco Benedito e Luciano, que o criaram para desfilar puxando o bloco à meia-noite do sábado de Zé Pereira, abrindo o carnaval da cidade.
Ao longo dos anos, foram vários os carregadores oficiais que conduziram com sucesso o boneco famoso pelas ruas e becos de Olinda: Enrique Alabamba, Amaro Biluca, Basto, Paulo 19 e Alcides Honório dos Santos, o Cidinho, este o mais famoso que conduziu com elegância o calunga por mais de 40 anos. Hoje é Pedro Garrido quem assume essa grande responsabilidade. O boneco chega a medir 4 metros de altura e pesa aproximadamente 50 quilos.

Recife, 2009

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Miguel Arraes e o MST











MIGUEL ARRAES E O MST
Recife, 1993
Fotografias de Clóvis Campêlo


Berto Pororoca


BERTO POROROCA

Depoimento de Carlos Alberto da Silva, o Berto Pororoca, ex integrante do JUBRAPI e da Oposião Metalúrgica de São Paulo. Técnico em refrigeração, hoje trabalha na sua oficina em Brasília Teimosa, é devoto de N. Sa. da Conceição e São Jorge, o santo guerreiro, e toca cuíca na Escola de Samba Saberé.
Depoimento prestado a Clóvis Campêlo, em 24/10/2009.


Escada


ESCADAS
Recife/PE, 1991
Fotografia de Clóvis Campêlo


Levino Ferreira


LEVINO FERREIRA

Clóvis Campêlo

Levino Ferreira nasceu no dia 2 de dezembro de 1890, na cidade de Bom Jardim, no agreste de Pernambuco.
Desde cedo dedicou-se à arte musical. Aos dez anos já compunha dobrados,polcas e valsas para as Bandas de Limoeiro, João Alfredo e Bom Jardim.
Estudou de início com o professor Pompeu Ferreira, tornando-se depois autodidata. Na Banda 22 de Setembro de Bom Jardim, regida pelo maestro Tadeu Ferreira, aprendeu a tocar vários instrumentos, passando, em pouco tempo, a mestre da Banda. Seu talento e a fama logo conquistada o levaram a mestre das bandas de Limoeiro, João Alfredo, Surubim, Orobó e Salgadinho.
Chegou ao Recife em 1935, aos 45 anos, a convite do maestro e compositor Zumba, o General do Frevo. Nesse mesmo ano, teve o seu frevo "Satanás na onda" gravado pela Orquestra Odeon, depois de vencer o Concurso de Frevos do Recife.
Na Rádio Clube de Pernambuco, tocou sax, trombone e piston. É o autor do poema sinfônico "A Dança Brasileira do Cavalo Marinho", que chegou a ser executado pela orquestra da BBC de Londres.
Além da Rádio Clube de Pernambuco, trabalhou em diversas outras rádios recifenses, como a Rádio Tamandaré.
Foi professor de música e integrou a Orquestra Sinfônica de Pernambuco como fagotista, por escolha do maestro Vicente Fitipaldi.
Faleceu no Recife, no dia 9 de janeiro de 1970, deixando uma extensa obra musical, entre frevos, maracatus, peças folclóricas e religiosas.
Em sua homenagem, no ano do seu falecimento, a Prefeitura do Recife e a Empresa Metropolitana de Turismo criaram o Troféu Levino Ferreira, para homenagear os clubes sociais do Recife.
Em 1971, recebeu postumamente a Medalha do Mérito da Cidade do Recife.
Em 2008, teve os frevos "Último dia" e Lágrima de folião" gravados pela Spock Frevo Orquestra, com as participações especiais de Armandinho e Léo Gandelman.


Recife, 2009

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A moça do maracatu


A MOÇA DO MARACATU
Recife/PE, carnaval de 2009
Fotografia de Clóvis Campêlo


Eu sou Dilma!


EU SOU DILMA!

Clóvis Campêlo

Em 1998, quando na disputa pelo Governo de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos derrotou Miguel Arraes de Alencar por uma diferença superior a 1 milhão de votos, estabeleceu com as forças mais reacionárias da política pernambucana um acordo visando dominar o Estado pelos próximos 20 anos. Esse projeto encampava a reeleição do prefeito Roberto Magalhães, em 2000, e a anulação das forças políticas de esquerda no Estado.
No entanto, naquela mesma eleição, o projeto começou a dar água e afundou de vez por conta das desavenças internas entre o personalista Jarbas e os seus aliados de última hora e da empáfia e arrogância do prefeito Roberto Magalhães, que tentava a reeleição contra o famélico João Paulo de Lima e Silva, negro, filho de um cobrador de ônibus, ex-metalúrgico, fundador da CUT e do PT no Estado de Pernambuco, e candidato heróico das oposições esquerdistas à cobiçada prefeitura.
Entre outras coisas, apoiando-se nas pesquisas que garantiam a sua vitória ainda no primeiro turno da eleição municipal, Roberto Magalhães chegou ao displante de dar uma banana às pessoas que o vaiavam no calçadão de Boa Viagem. Foi mais longe, porém: em um debate na televisão pernambucana, no alto da sua prepotência, chegou a afirmar aos telespectadores que não mudaria o seu jeito de ser e quem quisesse que votasse nele assim mesmo. Resultado: deixou de ganhar a eleição no primeiro turno e a perdeu definitivamente no segundo.
Com todo o seu perfil "negativo", João Paulo foi eleito prefeito do Recife, aniquilando o sonho reacionário da direita e abrindo caminho para a eleição de Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes, ao Governo do Estado, em 2006.
Com dois mandatos conquistados pelo voto direto e com duas grandes administrações, João Paulo ainda se deu ao luxo de eleger o seu sucessor, João da Costa, um ilustre desconhecido do eleitorado recifense.
Hoje, a cidade do Recife e o Estado de Pernambuco vivem momentos de grande afirmação política e econômica, deixando para trás o que havia de mais retrógado.
Foi esse pessoal derrotado que José Serra escolheu para aliado. É esse pessoal derrotado que nós, recifenses e pernambucanos, não queremos mais ver de volta ao poder.
Foi esse pessoal derrotado que sofreu novo revés nas urnas, esse ano, quando Eduardo Campos devolveu com sobras, a Jarbas Vasconcelos, a derrota sofrida por seu avô, em 1998.
É por isso tudo e muito mais, e pensando no Novo Brasil que se consolida no presente como o país do futuro, que, amanhã, dia 31 de outubro, votarei em Dilma Roussef para a Presidência da República.
Atraso, nunca mais.

Recife, 2010

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Bartolomeu Lima


BARTOLOMEU LIMA

Depoimento de Bartolomeu Lima, professor, teatrólogo, poeta e membro da Turma do Pina pós Jubrapi.
Depoimento prestado a Clóvis Campêlo, em 30/8/2009, domingo, à tarde, no Parque das Esculturas, no Recife Antigo.


Dia de Finados




DIA DE FINADOS
Recife/PE, 1998
Fotografias de Clóvis Campêlo

A janela do meu quarto


O Pátio da Santa Cruz, no Recife

A JANELA DO MEU QUARTO

Clóvis Campêlo

Houve um tempo em que a janela do meu quarto dava para os telhados dos casarões do bairro da Boa Vista.
Nas noites quentes de verão, da janela do meu quarto, podia ver os gatos vadios peregrinando sobre as telhas em busca de sexo, ratos e outras bobagens mais.
Nos dias claros de verão, quando o céu iluminado do Recife intensificava o seu azul, da janela do meu quarto, podia ver as torres brancas da Igreja de São Gonçalo, realçadas, contrastando com o vermelho queimado dos telhados.
Nas manhã invernosas, da janela do meu quarto, via a cidade esfriar e se perder nas brumas da chuva fina e constante.
Nos Domingos de Ramos, da janela do meu quarto, podia ver os fiéis se encaminhando à igreja, logo cedo, pela manhã, com seus ramos de palmeiras, atendendo ao chamado dos sinos que convocavam para a primeira missa do dia e simbolizando a entrada de Cristo em Jerusalém, montado em seu burrico.
Nos sábados pagãos, da janela do meu quarto, podia ouvir o burburinho do Mercado da Boa Vista em festa, com seus bêbados e boêmios alegres convidando-nos aos prazeres inevitáveis do pecado.
Nos dias de carnaval, da janela do meu quarto, podia ouvir os clarins do frevo, com seus passistas famosos, e o baticum incessante dos maracatus no Pátio da Santa Cruz, com seus reis e rainhas negros e célebres.
Da janela do meu quarto, ainda nos dias alegres dos carnavais, escutava a algazarra das laursas e o som do bumba-meu-boi, cultuando a tradição e se negando a aceitar a modernidade que começava a invadir a cidade pequena e decente.
Da janela do meu quarto, vi o tempo passar, qual rio incessante e sinuoso, e desaguar no mar do futuro, deixando para trás lembranças, pessoas, amigos, fatos, parentes, pedaços da vida.

Recife, 2010

domingo, 30 de novembro de 2014

Trovando em Canhotinho


Passeio em Canhotinho com Pedrinho Trovador.
Canhotinho, 2009
Vídeo de Clóvis Campêlo


A eterna deusa morta


A ETERNA DEUSA MORTA
Recife, 1992
Fotografia de Clóvis Campêlo


Íbis Esporte Clube


ÍBIS ESPORTE CLUBE

Clóvis Campêlo

O Íbis foi fundado no dia 15 de novembro de 1938 pelos funcionários da fábrica Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco (TSAP), que ficava localizada na Avenida Suassuna, no bairro de Santo Amaro, no Recife.
Segundo o jornalista Duda Guennes, quem batizou o clube foi buscar na mitologia egpícia o símbolo do deus Thoth, juiz dos mortos, com corpo de homem e cabeça de íbis, o pássaro preto, encarnando assim, o mito da imortalidade.
Em 1947, nove anos após ser fundado, o Íbis fez a sua estréia em campeonatos estaduais, sofrendo uma goleada do Náutico por 9x2.
O Íbis, no entanto, ao longo da sua história, não se cacaterizou apenas por ser um eterno saco de pancadas. Por duas vezes, foi campeão do Torneio Início do campeonato pernambucano, além de ter sido campeão estadual de juniores nos anos de 1948 e 1995.
No Íbis, também, foram revelados dois grandes jogadores que marcaram época no futebol pernambucano e brasileiro: o centroavante Vavá, bicampeão mundial em 1958/62, e o lateral esquerdo Rildo, que disputou a Copa do Mundo de 1966 e as eliminatórias da Copa de 1970.
No que tange aos seus jogadores, porém, a história mais inusitada é a do goleiro Jagunço, que teve a sua contratação paga com uma bicicleta e uma dentadura. Consta ainda que Jagunço foi o pior goleiro da história do clube, sofrendo 366 gols em dez anos de carreira.
Entre 1977 e 1979, conquistou a fama de ser o pior time do mundo ao disputar 75 jogos e vencer apenas quatro. Nesse período, em 11.10.1978, sofreu a sua maior goleada ao ser derrotado pelo Santa Cruz, no Estádio do Arruda, pelo placar de 13x0.
Entre 1979 e 1983, superou a própria marca negativa, disputando 69 jogos, vencendo apenas um, empatando quatro e perdendo 62 partidas. Nesse período, sofreu mais de 300 tentos e marcou apenas 22. Nos anos de 1979 e 1981, inclusive, não conseguiu uma única vitória.
O Íbis esteve na Primeira Divisão do futebol pernambucano pela última no ano de 2000, quando derrotou o Náutico, nos Aflitos, no dia 25 de março, por 1x0, sua última grande façanha.
Existem registros ainda, no acervo ibiense, de duas vitórias históricas conseguidas contra o Sport, no dia 28.08.1947, por 5x4, no Estádio dos Aflitos, e outra vitória contra o Náutico, em 25.07.1948, também nos Aflitos, pelo placar de 5x3.
Esse é o perfil do Íbis Esporte Clube, o rubro-negro das Salinas, o pior time do mundo e orgulho do futebol pernambucano.

Recife, 2008

sábado, 29 de novembro de 2014

Cenas recifenses




CENAS RECIFENSES
Recife, novembro 2014
Fotografias de Clóvis Campêlo

Clayton Santana


O músico Clayton Santana interpreta "Garota de Ipanema", de Tom Jobim na orla de Brasília Teimosa.
Recife, 13/9/2009
Vídeo de Clóvis Campêlo


Os meninos da banda



OS MENINOS DA BANDA
Brejo da Madre de Deus/PE, 1991
Fotografias de Clóvis Campêlo


Bacalhau no Morro da Conceição



Fotos: Clóvis Campêlo/2008

BACALHAU NO MORRO DA CONCEIÇÃO

Que Bacalhau é um dos mais ilustres torcedores do Santa Cruz, todo mundo já sabe.
Poucos sabem, porém, da sua devoção por Nossa Senhora da Conceição.
E, cumprindo um ritual de mais de 40 anos, no dia 8 de dezembro de 2008, mais uma vez, lá estava Bacalhau no Morro da Conceição dando vazão à sua fé.
Bacalhau, cujo nome verdadeiro é Jairo Mariano da Silva, nasceu em Gameleira, cidade da zona da mata sul de Pernambuco, em 1942.
Assistiu o primeiro jogo do Santa Cruz aos 10 anos de idade, levado pelo pai que queria ver no filho a continuidade da sua paixão pelo Mais Querido.
Dois anos depois, com a morte do pai, resolveu atender aos seus apelos. Fez uma promessa de torcer pelo Santa Cruz em qualquer circunstância, indo a todos os jogos e até mesmo aos treinos quando possível. Até hoje cumpre a promessa a risca.
Na década de 60, para livrar-se do serviço militar obrigatório, foi parar na cidade de Garanhuns, no agreste pernambucano, cidade que ama e onde vive até hoje. Versátil, sobrevive trabalhando como marceneiro, pintor, pedreiro, eletricista e encanador.
Torcedor fanático, mandou arrancar todos os dentes que ainda tinha na boca para usar uma dentadura tricolor.
No Morro da Conceição, Bacalhau rezou com fé, pedindo proteção e sucesso para si e para o clube coral que tanto ama.

Recife/2008


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Renato Rodrigues


Depoimento de Renato Rodrigues, técnico em refrigeração e integrante da Turma do Pina pós Jubrapi.
Depoimento prestado a Clóvis Campêlo em 06/9/2009, na sua casa, em Brasília Teimosa.

O papangu coral


O PAPANGU CORAL
Bezerros/PE, 2009
Fotografia de Clóvis Campêlo


Quem poderá entender o mundo?


QUEM PODERÁ ENTENDER O MUNDO?

Clóvis Campêlo

Não somos os donos do mundo. Muito pelo contrário. Estamos nele inseridos e nem sempre conseguimos entender a lógica do seu funcionamento. Para complicar ainda mais, a natureza nos deu o dom do pensamento e da memória. A partir daí, idealizamos e entramos em choque com o real. Essa angústia é inerente ao ser humano.
Vejam as galinhas, as maiores amigas do homem (não é o cachorro e nem o uísque). Simplesmente vivem. Ciscam, põem seus ovos em paz (não sei se curtem a TPM diária, as consequências da ovulação constante). Não têm preocupações com o comunismo, com as oscilações das bolsas de valores, não poluem os oceanos e nem os ares. Simplesmente vivem sem idealizar nada do que seja. Com seus olhos de galinha, não enxergam nada que não seja a realidade imediata: a comida, os pequenos insetos que as alimentam, a água para beber, etc. Tudo muito simples.
A complexidade da vida quem inventou fomos nós, os humanos. Adulteramos a natureza, criamos máquinas nem sempre úteis, evoluimos, perdemos a nossa condição intuitiva e instintiva. Inventamos a literatura, as religiões, as leis, as regras sociais, os sentimentos baratos, a angústia e a infelicidade. E ainda nos achamos feitos à semelhança de algum ser superior existente.
Somos realmente inteligentes ou a inteligência foi apenas mais um mecanismo diabólico inventado para a nossa infelicidade?
Sei que não é de bom aviltre filosofar antes da hora do almoço. Sabe como é: a barriga vazia, a hipoglicemia podem nos fazer delirar, inventar fantasias, nos trair. Como seres perdidos no deserto, andamos em círculos sem nos encontrarmos e ficamos a delirar, imaginando fantasias exóticas e oásis ideais.
Que diabo de mundo é esse onde o pensamento do ser humano em vez de levá-lo à felicidade cria dicotomias, guerras fratricidas, insatisfações, violência, artificialismos degradantes.
Sei lá! A vida é curta, passa depressa e nem sempre devemos alimentar a ilusão de que temos controle sobre isso tudo.
Imaginem se usássemos mais de 10% da nossa cabeça animal. Poderia ser muito pior. O mundo é simples se o entendermos como o vemos, sem idealizações bobas e sem fantasias construtivistas inúteis.
Não sei se isso é possível, já que essa crônica besta é mais uma divagação, uma construção teórica sobre o nada.
Mas que ao menos tentemos exercitar a simplicidade e a compreensão.
Antes que o outro nos destrua.

Recife, 2010

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A beata de amarelo



A BEATA DE AMARELO

Feito no dia 16 de julho de 2009, dia da comemoração do centenário de Nossa Senhora do Carmo como padroeira do Recife.

Vídeo de Clóvis Campêlo

Todas as mulheres do mundo


TODAS AS MULHERES DO MUNDO

Clóvis Campêlo

TÂNIA FRANÇA

Rústico ambiente,
ânsias de verdes varandas,
mar de azul fremente.

DALVA AGNE LYNCH

Cordeiro divino,
imenso abismo purpúreo,
astro matutino.

VERÔNICA AROUCHA

Doce irmã dos pássaros,
frequentes tardes bucólicas,
estrelado lábaro.

CONCEIÇÃO PAZZOLA

Solidez de pedras,
influente demiurga,
altivez que medra.

VILMA ABUBUA

Voz da liberdade,
doce água do afluente,
clara luz que arde.

LIRIS LETIERES

Colo amorenado,
libertária voz poética,
pureza imagética.

MARTHA GALRÃO

Olhos de remanso,
dorso largo de enseada,
flor ensimesmada.

OLGA MATOS

Música dos pampas,
correnteza do rio grande,
natural estampa.

LUCELENA MAIA

Pálidos crisântemos,
precipitadas crisálidas,
sabores amenos.

CRISTINA HENRIQUES

Imensa, frenética,
acridoce melodia,
intensa alegria.

SÍLVIA CÂMARA

Nota em tom maior,
sinfonia campesina,
siará menina.

GERLANE NEVES

Romântico cais,
sonoro caleidoscópio,
cores tropicais.

CIDA MACHADO

Sólido refúgio,
florido jardim edênico,
mito ecumênico.

IRANI PAIVA

Firme elegância,
côco verde e tamarina,
forte substância.

ALINE MACHADO

Carne feita em pedra,
areias de Moçambique,
consciente dique.

CLÁUDIA CORDEIRO

Musa inspiradora,
alicerce dos poetas,
luz que nos desperta.

SIMONE GUIMARÃES

Deusa carioca,
samba-enredo cristalino,
esplêndido hino

JACIARA SENA

Olhos verde-mar,
tranquilo sorriso franco,
puro linho branco.


Recife, 2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A mão


A MÃO
Recife, 23/11/2014
Vídeo de Clóvis Campêlo


- Postagem revisada em 28/01/2018

O círculo e o quadrado


O CÍRCULO E O QUADRADO
Palmares/PE, 1996
Fotografia de Clóvis Campêlo


O verdadeiro caminho do sol


O VERDADEIRO CAMINHO DO SOL

Clóvis Campêlo

O verdadeiro caminho do sol
despe-se do escuro
e veste-se de verde.
Talvez seja apenas
uma linha reta,
insípida e previsível,
mas nele está contida
toda a alegria da manhã.
O verdadeiro caminho do sol
descerra-me o azul piscina
pairando sobre a cidade.
Talvez seja apenas
a abóbada celeste
diariamente reinventada
pela Natureza,
mas nele eu mergulho
a minha alegria
recém despertada.

Recife, 2010

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A Via Mangue


A VIA MANGUE

Travessia da Via Mangue, nova via de acesso ao bairro da Boa Viagem.

Recife, 22/11/2014.
Vídeo de Clóvis Campêlo

Marcos Lothar


MARCOS LOTHAR

Depoimento de Marcos Lothar, ex-integrante do JUBRAPI, músico, compositor e líder na comunidade do Encanta Moça, no Pina. Depoimento prestado em 23/8/2009 a Clóvis Campêlo.

- Postagem revisada em 25/01/2018

Corda de caranguejos


CORDA DE CARANGUEJOS
Cujupe/MA, 2012
Fotografia de Clóvis Campêlo


Meninos do Brasil


Fotografia de Clóvis Campêlo/1993

MENINOS DO BRASIL

Clóvis Campêlo

Os meninos do Brasil olham o futuro sem medo. Olhares miscigenados, cafusos. De que riem os caborés? Talvez das nossas caras pálidas de quem tudo quer e nada oferece em troca. Riem desarmados, confiantes, alegres e serenos. Felizes.
As gravuras na parede compõem o cenário da fé. No balcão, mezinhas, cafés, vidros reutilizados, um comércio tênue, sazonal.
Na tosca casa de taipa em Juazeiro do Norte, no Ceará, uma incrível estrela do mar, branca, orienta-lhes o caminho do sertão ao litoral.


Recife, 2010

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Spok Frevo Orquestra


SPOK FREVO ORQUESTRA
Gravado quando da posse do maestro Spok na Academia Pernambucana de Música, Recife, 19/5/2010.
Vídeo de Clóvis Campêlo