segunda-feira, 5 de junho de 2017

Grafite, o último rei do Arruda


Fotografia de Gabriel Campêlo

GRAFITE, O ÚLTIMO REI DO ARRUDA

Clóvis Campêlo

Como aconteceu com outros grandes jogadores que já passaram pelo Arruda, Grafite também deixou o seu nome gravado na história do Santa Cruz, Aliás, não só o seu nome, como também a sua imagem estampada nas paredes das arquibancadas corais, onde está desenhado como o último Rei do Arruda. Acompanhe a trajetória desse grande jogador e artilheiro e veja como ele foi importante no ressurgimento do Santinha na elite do futebol brasileiro..
Seu nome verdadeiro é Edinaldo Batista Libânio. Nasceu na cidade de Jundiaí, em São Paulo, no dia 2 de abril de 1979, no Ano Internacional da Criança.
Começou a sua carreira futebolística na Sociedade Esportiva Matonense, clube da cidade de Matão, que disputa as divisões inferiores do futebol paulista, fundado em 24 de maio de 1976, apenas três anos antes do nascimento do craque.
Em seguida, foi para Araraquara, defender a Ferroviária daquela cidade, clube mais antigo e tradicional do futebol paulista, criado em 1950. De Araraquara para o Recife, foi um pulo. Em 2001, chegava pela primeira vez às Repúblicas Independentes do Arruda para iniciar uma relação com o Santinha que se estenderia até os dias de hoje.
No Arruda, entre 2001 e 2002, disputou 22 jogos pela Cobra Coral, marcando apenas cinco gols, mas chamando a atenção pelas boas atuações e por sua frieza diante dos goleiros adversários na hora de finalizar.
Do Santa Cruz foi para o Grêmio Portalegrense, em 2002, onde disputou nove partidas sem marcar nenhum gol. Em 2003, foi contratado pelo Anyang Cheetaas, da Coreia do Sul, de onde, no segundo semestre veio para o Goiás, destacando-se no Campeonato Brasileiro daquele ano, marcando 12 gols em 20 jogos.
Em 2004, embalado pela boa fase no Goiás, foi para o São Paulo Futebol Clube, onde formou no ataque titular ao lado de Luís Fabiano, marcando 27 gols em 73 jogos. No São Paulo, em 2005, mesmo passando um bom tempo machucado, ajudou o clube e se tornar Campeão Brasileiro naquele ano, e Campeão Mundial de Clubes, participando dos jogos da semifinal e da final. Em função das suas boas atuações pelo tricolor paulista, foi convocado por Carlos Alberto Parreira para a Seleção Brasileira de Futebol, onde disputou quatro jogos, assinalando um gol contra a Guatemala, no jogo que marcou a despedida de Romário da seleção.
Em 2006, ganhou o mundo indo atuar na França, pelo Les Mans, onde em 51 jogos marcou 16 gols. Em 2007, foi o Wolfsburg, da Alemanha, onde em quatro anos e 131 jogos disputados, foi autor de 76 gols. Pelo clube alemão, conquistou, em 2009, o inédito título do Campeonato Alemão, sendo ainda o artilheiro da competição com 28 gols marcados e batendo o recorde de 53 gols de Gerd Müller e Uli Hoeneb, marcando 54 gols numa mesma temporada. Era a glória e a consagração definitiva do grande artilheiro na Europa.
Antes de voltar ao Santa Cruz, em 2015, ainda atuou pelo Al-Ahli Club, de Dubai, onde marcou 66 gols em 85 jogos, entre 2001 e 2014, e pelo Al-Sadd Sports Club, do Qatar, em 2015, onde jogou nove partidas, marcando um gol.
De volta ao Santa Cruz, foi recebido em grande estilo no Estádio do Arruda, onde chegou de helicóptero para delírio da torcida coral. Estreou contra o Botafogo carioca, no Campeonato Brasileiro da Série B, marcando de cabeça o gol da vitória e terminando a competição como vice-campeão, o que levou de volta o Santinha à Série A do Campeonato Brasileiro, em 2016.
Nesse mesmo ano, foi campeão da Copa do Nordeste e do Certame Estadual, realizando o sonho de conquistar títulos com a camisa coral, o que não havia acontecido antes. Ao todo, entre 2015 e 2016, participou de 71 jogos com a camisa coral e marcou gols, numa passagem brilhante e vitoriosa.
Ao sair do clube, em dezembro de 2016, rumo ao Atlético Paranaense, deixou nas redes sociais a seguinte mensagem de despedida:
"Queria agradecer a todos os jogadores, técnicos, diretores e especialmente funcionários, que são a base do nosso sucesso no dia a dia, por este um ano e meio de convívio, irmandade e lutas, porque sabemos que o dia a dia no Santa não é fácil. A saída não está sendo do jeito que imaginávamos que seria um dia, mas foi amigável, sem mágoas ou rancor de minha parte e vi que por parte do nosso 'Querido Presidente' Alírio Moraes também, em comum acordo decidimos que era melhor eu sair, sabemos das dificuldades que o clube vive administrativamente, vai ser melhor para ambos!"

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