sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Sônia Braga, quem diria, acabou no Oceania!


Fotografia de Clóvis Campêlo (18/01/2016)

SÔNIA BRAGA, QUEM DIRIA, ACABOU NO OCEANIA

Clóvis Campêlo

Sônia Braga, quem diria, é paranaense da cidade de Maringá, onde nasceu no dia 8 de julho de 1950. Consta que começou a sua carreira de atriz aos 14 anos. Em 1968, aos 18 anos, participou da montagem brasileira da peça Hair, causando escândalo ao aparecer nua em cena. Ainda em 1968, participaria do filme O Bandido da Luz Vermelha, dirigido por Rogério Sganzerla, e considerado hoje um clássico do cinema marginal brasileiro. Em 1975, representaria o papel título da novela Gabriela, baseada no livro homônimo do escritor baiano Jorge Amado. A novela atingiria recordes de audiência para a sua época, com cerca de 25 milhões de pessoas, tornando a atriz definitivamente famosa no Brasil e no mundo.
O Edifício Oceania foi construído na praia do Pina, nos anos 50 do século passado, quando o bairro eminentemente ocupado por pescadores e operários, começou a despertar a atenção da classe média e da pequena burguesia. Assim, a atriz e o prédio são contemporâneos, de uma época em que tanto o bairro do Pina, quanto a cidade e o país mostravam um perfil social e econômico que os tempos modernos trataram de modificar.
Kleber Mendonça Filho nasceu no Recife, em 1968. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco, trabalhou na imprensa pernambucana como crítico de cinema, antes de enveredar na sétima arte como diretor. Em 2013, dirigiu seu primeiro filme, O Som ao Redor, o qual foi aclamado por diversas fontes como o melhor, ou um dos melhores lançamentos do ano. Entre eles, o crítico americano de cinema A. O. Scott, do jornal The New York Times, e o compositor brasileiro Caetano Veloso, que na sua coluna do jornal O Globo, o classificou como “um dos melhores filmes feitos recentemente no mundo”. Era a glória.
Em agosto do ano passado, Sônia Braga cegou ao Recife para participar das filmagens de “Aquarius”, o novo filme de Kleber, com cenas filmadas em diversos locais da nossa cidade.
Segundo o Diario de Pernambuco do dia 7 de julho, “A atriz Sônia Braga, um dos ícones da dramaturgia brasileira e internacional, sobretudo pela atuação em Gabriela, vai protagonizar o próximo filme do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, batizado de Aquarius. Ela dará vida a uma escritora viúva, de meia-idade, crítica de música aposentada e mãe de três filhos, com o poder de "viajar no tempo". A participação dela na produção do cineasta do estado com mais projeção no exterior (O som ao redor, de autoria dele, foi o indicado brasileiro à disputa do Oscar e listado entre os dez melhores filmes de 2012 pelo New York Times) ocorreu durante meses”.
Por seu lado, a atriz declarou: “Quando li Aquarius, tive que parar para respirar. Sim, respirar e entender que era real. Que era um roteiro do Kleber Mendonça e que ele estava me oferecendo para participar. Pareceu de cara um sonho: uma personagem íntegra, da minha idade, com meus sonhos, com os meus sonhados filhos e família. Quis logo viver esta mulher. As palavras do roteiro pareciam que ja tinham andado na minha boca”.
Pronto, estavam firmados os fundamentos para a grande realização. As filmagens aconteceram os vários locais da cidade do Recife, inclusive no famoso Restaurante Leite, no bairro histórico de São José. No entanto, as principais cenas foram gravadas no Edifício Oceania, na orla do Pina. Ainda segundo o Diario de Pernambuco, a curiosidade em torno das gravações gerou até problemas de trânsito na Avenida Boa Viagem, nos primeiros dias das gravações.

Recife, fevereiro 2016

Um comentário:

Aristóteles Coelho disse...

Agora tá se lamentando. Qdo lhe chamei pra ir ver e ficar num tête-à-tête com a Sônia Braga vc não quis ir... ela foi parar no Oceania e nem q acabasse no Irajá, vc não iria até lá. Só porque foi um ícone da Globo!
E as filmagens começaram em julho/2015, não em agosto. E o lançamento do filme...não sei.

Ps.: não sabia q Caetano era crítico de cinema (my God!)