quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Quando o passado voltar


QUANDO O PASSADO VOLTAR

Clóvis Campêlo

O tempo não me diz nada,
tua presença não me diz nada,
o discurso do presidente nada me diz,
os mortos calaram-se para sempre.

Talvez em algum recôndito
desconhecido e ermo,
exista alguma resposta
para um sentimento ridículo e inútil.

Dispenso a autocomiseração, porém,
pois, apesar de tudo,
uma luz insiste em manter-se acesa
no infinito azul e profundo.

E mesmo sob o manto de
um sentimento insano e desumano
não aspiro regressões ou
a volta ao útero materno.

Talvez no futuro longínquo,
onde até as retas e as pedras
se encontram, a pedra filosofal
nos traga o passado de volta.

Pois se viemos do círculo,
ao círculo voltaremos.

Recife, setembro 2014

4 comentários:

Carlos Maia disse...

Muito bom, Clóvis!

Abraços!!!

Passiflora disse...

Paulo
DISSE:
Ótimo.
Clóvis, meus parabens.

Clóvis Campêlo disse...

Obrigado, amigos. Abraços

Anna Christina Salgueiro disse...

Como eu queria saber expressar meus pensamentos assim, em forma de poemas! Lindo, Clovinho! Parabéns!