sexta-feira, 11 de julho de 2014

Vencer e mudar!


VENCER E MUDAR!

Clóvis Campêlo

Amigos brasileiros, para nós agora o importante é vencer e mudar! Chega de incompetência e fair-play! Já sabemos que vamos enfrentar a Holanda, na disputa pelo terceiro lugar. O esquema de jogo holandês assemelha-se ao da Alemanha: força, velocidade e competência tática. O time de Robben chega à disputa pela terceira colocação sem perder de ninguém e com o mérito de ter goleado a favorita Espanha no seu jogo inicial. É bem verdade que depois andou se atrapalhando com seleções menos expressivas, mas pratica um futebol cartesiano que se assemelha aos germânicos. É água mole que bate em pedra dura até que fure. Resta-nos engrossar com eles e reverter com categoria a situação conceitual que nós é adversa.
Mas, será que já superamos o trauma da goleada para nos impor? Muito mais do que uma obrigação, isso, para nós, deve ser uma questão de honra! O selecionado brasileiro é formado por jogadores profissionais amadurecidos e bem sucedidos em suas carreiras individuais. Não teriam o direito de cometer outra falseta. Podemos até perder novamente, mas imbuídos de um espírito de luta que não foi utilizado contra a Alemanha. Afinal, ainda somos a Pátria de chuteiras e temos a tradição de um pentacampeonato disputado e ganho com méritos dentro de campo!
A seleção argentina chega à final da Copa 2014 com uma equipe relativamente modesta. Em nenhum momento da competição chegou a empolgar. Mas, teve o mérito de saber superar os obstáculos e alcançar o objetivo maior. Para eles, a possibilidade de serem tricampeões mundiais no Brasil, dentro do Maracanã, o templo do futebol, é fantástica. Não sei se conseguirão esse feito, pois considero que a Alemanha é muito mais equipe. Mas, decisão é decisão e em termos de superação os argentinos sempre surpreendem.
Sinceramente, amigos, para mim, a Copa do Mundo 2014 perdeu muito da sua graça com a eliminação do Brasil. Talvez por conta desse espírito desanimado é que tenha achado chatíssimo o jogo de anteontem, entre argentinos e holandeses. Um jogo truncado, com um respeito mútuo excessivo e que terminou sendo decidido na loteria dos pênaltis.
Preocupa-me agora a seleção brasileira. Desperdiçada a possibilidade do hexacampeonato e com uma média de idade alta entre os jogadores participantes da Copa 2014, precisaremos iniciar já um trabalho de renovação. Acredito que essa geração merece ser aposentada, ao menos em termos de seleção brasileira, do mesmo modo que Felipão e Parreira. Todos eles já deram a sua contribuição ao futebol brasileiro. Que troquem as chuteiras da glória pelas sandálias da humildade e da aposentadoria.
Que uma nova geração de valores surja e nos reabilite a credibilidade diante do mundo. Ninguém de bom senso poderá negar a qualidade dos nossos jogadores. Ninguém de bom senso, também, poderá negar que essa geração, com pouquíssimas exceções, foi superada pela dinâmica do futebol moderno.

Recife, 2014

Um comentário:

Bráulio de Castro disse...

Clóvis, só quem era cego não via o time ruim que foi a nossa seleção, o povo caiu no canto da sereia, sendo ludibriando pela mídia com aquela estória de hexa Muito antes da tragédia de 08 de julho, eu compus uma embolada como se o Brasil já tivesse sido desclassificado, vários amigos foram testemunhas, só errei no escore contra a Alemanha, também assim seria demais, pois eu não sou vidente nem macumbeiro. ha,ha,ha...