DEMASIADAMENTE HUMANO
Clóvis Campêlo
Perder pai e mãe não é fácil, é extremamente doloroso.
Pior do que isso, talvez, seja perdermos um filho. Aí sim a dor deve ser muito maior e mais intensa.
Quando Gilberto Gil perdeu o seu filho Pedro em um acidente automobilístico tempos atrás, lembro dele, falando na televisão, sobre a tristeza que é enterrarmos um filho.
Dizia ele que normalmente os filhos é que enterram os pais. Isso faz parte da ordem natural das coisas. Enterrar um filho morto ainda jovem, por conta de uma fatalidade qualquer, deixa marcas muito profundas e que nos acompanharão pelo resto da vida.
Foi com esses pensamentos na cabeça, tentando encontrar mais motivos para me consolar, que sai do Cemitério de Santo Amaro, no dia 18 de maio próximo passado, após sepultar dona Tereza, minha mãe.
Por estranha ironia da vida, paro em um sinal de trânsito, na Avenida Abdias de Carvalho, atrás de um caminhão onde estava escrito: "Pai e mãe, jamais os esquecerei".
Considerei aquilo como um acontecimento carinhoso, um afago que me era feito pelo acaso, naquele momento.
E logo para mim, que gosto de observar os parachoque e carrocerias e me admirar com a espirituosidade e criatividade das inscrições.
A morte de dona Tereza, diferente da morte do meu pai, que foi muitas vezes anunciada pelo desenrolar da sua doença, surpreendeu a todos nós, filhos e netos, pela rapidez com que aconteceu e pela falta de aviso.
Na noite anterior, estivemos com ela até tarde, conversando, juntamento com outros familiares, num ambiente leve e descontraído.
Durante o dia havia me encontrado com Calvino, Beto, Vilma e outros amigos no Bar da Geralda, no Morro da Conceição, em momentos de alegria e de reencontro.
Não havia nada, nenhum sinal, de que o dia seguinte seria de luto.
A vida é tênue e rapidamente pode se desfazer de um momento para o outro.
Hoje, passados 18 dias, ainda estou sentido e atônito.
Gostaria que algumas coisas tivessem sido diferentes. Não foram.
Só nos cabe agora seguir em frente e cumprir o restante da nossa trajetória aqui na Terra.
Pior do que isso, talvez, seja perdermos um filho. Aí sim a dor deve ser muito maior e mais intensa.
Quando Gilberto Gil perdeu o seu filho Pedro em um acidente automobilístico tempos atrás, lembro dele, falando na televisão, sobre a tristeza que é enterrarmos um filho.
Dizia ele que normalmente os filhos é que enterram os pais. Isso faz parte da ordem natural das coisas. Enterrar um filho morto ainda jovem, por conta de uma fatalidade qualquer, deixa marcas muito profundas e que nos acompanharão pelo resto da vida.
Foi com esses pensamentos na cabeça, tentando encontrar mais motivos para me consolar, que sai do Cemitério de Santo Amaro, no dia 18 de maio próximo passado, após sepultar dona Tereza, minha mãe.
Por estranha ironia da vida, paro em um sinal de trânsito, na Avenida Abdias de Carvalho, atrás de um caminhão onde estava escrito: "Pai e mãe, jamais os esquecerei".
Considerei aquilo como um acontecimento carinhoso, um afago que me era feito pelo acaso, naquele momento.
E logo para mim, que gosto de observar os parachoque e carrocerias e me admirar com a espirituosidade e criatividade das inscrições.
A morte de dona Tereza, diferente da morte do meu pai, que foi muitas vezes anunciada pelo desenrolar da sua doença, surpreendeu a todos nós, filhos e netos, pela rapidez com que aconteceu e pela falta de aviso.
Na noite anterior, estivemos com ela até tarde, conversando, juntamento com outros familiares, num ambiente leve e descontraído.
Durante o dia havia me encontrado com Calvino, Beto, Vilma e outros amigos no Bar da Geralda, no Morro da Conceição, em momentos de alegria e de reencontro.
Não havia nada, nenhum sinal, de que o dia seguinte seria de luto.
A vida é tênue e rapidamente pode se desfazer de um momento para o outro.
Hoje, passados 18 dias, ainda estou sentido e atônito.
Gostaria que algumas coisas tivessem sido diferentes. Não foram.
Só nos cabe agora seguir em frente e cumprir o restante da nossa trajetória aqui na Terra.
Recife, 2009
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