sexta-feira, 20 de julho de 2012

No dia em que eu vim ao mundo


NO DIA EM QUE EU VIM AO MUNDO

Clóvis Campêlo

No dia em que eu vim ao mundo,
não houve nada de novo.
Fez-se a luz em um segundo
e logo juntei-me ao povo

que por aqui habitava.
Livre do colo materno,
nem mesmo eu mais lembrava
que tudo ali era eterno.

Talvez tenha visto o brilho
de uma estrela distante,
mas eu queria era o trilho
do meu caminhar errante.

Um estribilho inventei,
que a vida é sopro e leveza,
e repetir-se é a lei
que comanda a Natureza.

No dia em que eu vim a Terra,
não teve nada de mais;
não se acabaram as guerras,
nem inventaram a paz.

Recife, 2011

5 comentários:

humberto cavalcanti disse...

Bom!

Cistina Henriques disse...

Taí um veerso arretado!Ponto!!!

Luzilá Gonçalves disse...

Gostei da leveza, do humor. Abraço

pernambuco disse...

MUY HERMOSO.

DE BUENOS AYRES, PE QUINCAS

Wagner Ortiz disse...

Inventaram um poeta único! Quem dera fôssemos todos leves e cantássemos esse estribilho.
Abraços amigo!