AUTO-RETRATO
Clóvis Campêlo
Sou a reta e sou a curva,
a mão esquerda e a direita,
o verão na praia do Pina
e a chuva que adoça o caju.
Sou a revolução que não houve,
as dúvidas da certeza
e a alegria das dúvidas.
Sou o pai e sou o filho,
o vento que anuncia tempestades,
o raio que corta o céu ao meio
no meio da tarde.
Sou martelo agalopado,
entidade de corpo fechado,
soneto na nova medida
e a bandeira de São João.
Sou Elefante e Pitombeiras,
sou o Galo da Madrugada,
sou o barulho da feira
e o som da procissão.
Sou o amarelo de Nossa Senhora
e o azul de Iemanjá,
sou calmaria sem vento,
sou selva de pedra e cimento,
relva plantada no chão.
Sou o tudo e sou o nada,
o silêncio e a batucada;
sou o sul e sou o norte,
faca cega e navalha de corte.
Eu sou o fogo da vida
e sou o sopro da morte!
Recife, 2006
Sou a reta e sou a curva,
a mão esquerda e a direita,
o verão na praia do Pina
e a chuva que adoça o caju.
Sou a revolução que não houve,
as dúvidas da certeza
e a alegria das dúvidas.
Sou o pai e sou o filho,
o vento que anuncia tempestades,
o raio que corta o céu ao meio
no meio da tarde.
Sou martelo agalopado,
entidade de corpo fechado,
soneto na nova medida
e a bandeira de São João.
Sou Elefante e Pitombeiras,
sou o Galo da Madrugada,
sou o barulho da feira
e o som da procissão.
Sou o amarelo de Nossa Senhora
e o azul de Iemanjá,
sou calmaria sem vento,
sou selva de pedra e cimento,
relva plantada no chão.
Sou o tudo e sou o nada,
o silêncio e a batucada;
sou o sul e sou o norte,
faca cega e navalha de corte.
Eu sou o fogo da vida
e sou o sopro da morte!
Recife, 2006
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