terça-feira, 2 de julho de 2013

Cláudio Moura, barbeiro e boêmio




CLÁUDIO MOURA, BARBEIRO E BOÊMIO

Clóvis Campêlo

No bairro, ele é mais conhecido como Paulinho da Viola, não só pela aparência física com o compositor carioca quando era mais novo, mas também tocar violão e gostar da boêmia.
Torcedor do Santa Cruz e na profissão de barbeiro, mantém desde 1976 a sua barbearia na Rua Lupércio, no bairro da Brasília Teimosa, no Recife.
O bairro, surgido no começo dos anos 60 por uma ocupação de terra numa área de mangue aterrada pela dragagem do Rio Pina, teve o seu nome criado em homenagem à nova capital federal que também estava sendo construída na época. Numa área que deveria ser de preservação ecológica, a população carente construía os barracos à noite e, de dia, eles eram derrubados pela polícia. A insistência do povo deu nome à invasão e fez com que o Recife ganhasse uma nova favela, hoje um bairro de classe média cobiçadíssimo pela especulação imobiliária por conta da sua localização nu istmo entre o rio e o mar. A ligação de Cláudio Moura com o bairro remonta a essa época.
Além de barbeiro e boêmio, Moura também tem em seu currículo a criação do bloco Boêmios do Samba, encerrado precocemente por conta de uma briga generalizada ocorrida na praia do Buraco da Velha. Como todo bloco pernambucano que se preza, o Boêmios do Samba também tinha o seu boneco gigante, tradição do carnaval de Olinda estendida a outras cidades pernambucanas. O carregador do boneco era Silvano, homem brincalhão mas sério e que não topava desacatos. No último carnaval em que o bloco saiu, resolveram cutucar Silvano nas partes baixas. Ele não gostou, despiu-se do boneco e o tempo fechou no tapa.
Depois dessa confusão, Cláudio Moura não quis mais saber de botar o bloco na rua...

Nenhum comentário: