Fotografias de Cida Machado/2008
PERNAMBUCO CANTANDO PARA O MUNDO
Principais momentos do programa “PE Cantando Para o Mundo”, do dia 22 de fevereiro de 2008, na Rádio Universitária AM, onde fomos entrevistados pela jornalista Luciana Amorim, no quadro Artista da Terra.
LA – Chegou a hora do nosso Artista da Terra. Hoje, vamos conversar com o escritor pernambucano Clóvis Campelo. Ele que se define como aprendiz de poeta e fotógrafo amador. Formado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco, Clóvis publica trabalhos em jornais conceituados do nosso Estado e em sites como o Interpoética e o Plataforma Para a Poesia, entre outros. É moderador do grupo virtual Poetas Independentes e está hoje conosco para conhecermos mais sobre ele e o seu trabalho. Lembramos que ele esteve no nosso primeiro programa falando sobre os Poetas Independentes. Boa tarde, Clóvis.
CC – Boa tarde, Luciana. É um prazer retornar aqui, nós que participamos do primeiro programa e vemos que ele vem crescendo em qualidade e audiência. É bom estar com vocês novamente.
LA – Nós é que agradecemos. Clóvis. Como começou a sua paixão pela poesia?
CC – A paixão pela poesia começou há muito tempo atrás, junto com a paixão pela fotografia também. Às vezes é difícil conciliar as duas coisas, mas a gente vai administrando.
LA – E há quanto tempo você trabalha fazendo poesias?
CC - Desde a adolescência. No começo, uma coisa muito incipiente. Depois, observando os grandes mestres, procurando aproveitar o que eles têm de melhor e aprendendo com eles a fazer cada vez mais.
LA – Tem autores que te influenciaram?
CC – Tem. Eu vou começar pelo final. Ultimamente, quem muito me influenciou foi Alberto da Cunha Melo, recentemente falecido. Não só pelo conteúdo dos seus poemas, como também pelo fato dele ter criado uma nova forma de fazer poemas. Existem muito poucas formas de se fazer poemas. Algumas são antiquíssimas, como o soneto. Dificilmente os autores que criam, criam em cima de uma forma nova. Geralmente, eles pegam as formas existentes e usam aquilo para fazer a sua poesia. Alberto criou uma forma chamada "retranca" e que se refere ao futebol porque são poemas de onze linhas - um quarteto, um dístico, um terceto e outro dístico. Dentro dessa forma, ele criava os seus poemas. Observando isso aí, procurei seguir essa linha e aprendi muito com ele, nesse sentido.
LA – No início da sua carreira, algum poeta específico lhe influenciou?
CC – Sim. Todos os poetas modernistas. Eu comecei querendo ser modernista. Depois, procurando as formas mais tradicionais, num caminho inverso ao que as pessoas geralmente fazem. Então, todos os poetas modernistas, como Manuel Bandeira, me influenciaram muito. Aqui no Recife, tem uma pessoa que particularmente me influenciou muito não só pela sua capacidade de criar como pelas suas atitudes pessoais que foi Jomard Muniz de Brito. Durante muito tempo, eu tive uma grande admiração por ele. Tem outro poeta aqui também que eu gosto muito, que me influenciou muito que é Wilson Araújo de Souza. Wilson é um poeta contemporâneo, maranhense, radicado aqui no Recife há muito tempo e que também me influenciou muito no começo.
LA – E a poesia de Clóvis Campêlo hoje, ela segue uma classificação certa ou você ainda busca inspirações no Romantismo, no Modernismo. Como você poderia classificar a sua poesia hoje?
CC – Eu classificaria a minha poesia como uma poesia que ainda está em fase de desenvolvimento. Eu ainda sou um aprendiz nesse sentido em que eu falei: olhar os grandes mestres e tentar aprender com eles. De uma maneira geral, eu não me sinto preso a nenhuma forma de fazer poesia. É uma coisa muito livre, muito circunstancial.
LA – E como surgiu o seu trabalho com fotografia? Você tem um blog que divulga suas poesias e suas fotografias.. Como surgiu esse trabalho com a fotografia?
CC - Fotografia e poesia são coisas muito parecidas no sentido de que ambas formam imagens. A fotografia, trabalhando com a luz. Os poemas, com as letras e sugerindo imagens. Houve uma época em que eu trabalhei na Secretaria de Imprensa do Sindicato dos Previdenciários e nessa época nós fizemos um jornal lá e então eu tive a possibilidade de trabalhar mais como fotógrafo. Houve uma época, também, em que eu participei de um grupo chamado Grupo 3, que era um grupo que tinha uma proposta interessante, porque a fotografia surgiu como conseqüência da necessidade dos artistas renascentistas de copiarem a realidade exatamente como ela é. Então criaram aquela história da câmera escura que evoluiu e chegou à câmera fotográfica. O Grupo 3 tinha uma proposta que era o inverso. Em vez de se fazer uma fotografia que retratasse a realidade, era transmutar essa realidade deixando até mesmo de ser figurativista. E tem umas coisas interessantes que foram feitas por esse grupo, do qual faziam parte duas pessoas que eu admiro muito e que também são poetas e fotógrafos, que são Bartolomeu Lima e José Rodrigues Correia Filho, tem dois trabalhos que nós fizemos no grupo que se chamavam “Paredes” e “Restos de Campanha”. Nós chegamos inclusive a expor no MISPE esse trabalho, “Restos de Campanha”, que é um trabalho que busca fazer com que a fotografia perca esse sentido figurativista de copiar a realidade e cria algumas composições que se aproximam do abstrato.
LA – O que poderia falar ainda sobre o seu trabalho aqui em Pernambuco? Como você faz e divulga o seu trabalho?
CC – Fotografia é uma coisa que considero hoje muito mais um hobby do que uma profissão. Então é uma coisa que a gente faz pelo prazer de fazer. Já a poesia, eu acredito que com o grupo Poetas Independentes onde nós tivemos a possibilidade de conviver com outras pessoas que são poetas, grandes poetas, a gente amadureceu e aprendeu muito.
LA – E vocês convivem virtualmente com poetas de outros Estados, várias partes do Brasil e até do Exterior. Como é que você faz a divulgação desse trabalho?
CC – No ano passado nós conseguimos fazer um livro que é a “Antologia Poética 2007” dos Poetas Independentes. Nós temos essa proposta de lançar uma antologia de dois em dois anos. Sempre num caminho inverso. Em vez de sermos um grupo de poetas já existente e que se lançou na rede, nós começamos na Internet e depois partimos para editar e publicar um livro.
LA – Na sua opinião como é o reconhecimento da literatura aqui em Pernambuco?
CC – A literatura pernambucana sempre foi muito rica, principalmente a poesia. E você sobreviver no meio dessas cobras criadas, às vezes, exige uma capacidade de superação muito grande. Mas é importante também porque convivendo com esse pessoal que é muito bom, Recife sempre teve grandes poetas, Pernambuco sempre teve grandes poetas, faz com que você também tenha esse ímpeto de crescer, de querer chegar no estágio onde os grandes poetas pernambucanos estão.
LA – E a receptividade das pessoas, dos pernambucanos?
CC – De uma maneira geral a poesia não é uma coisa muito acessível ao grande público. É claro que existe a poesia de cordel que é mais fácil, existem algumas coisas assim, mais acessíveis. Mas existe um público bom consumidor de poesia, que tem um nível bom também de entender os trabalhos mais elaborados.
LA – Muito obrigado, Clóvis, por aceitar mais uma vez o nosso convite.
LA – Chegou a hora do nosso Artista da Terra. Hoje, vamos conversar com o escritor pernambucano Clóvis Campelo. Ele que se define como aprendiz de poeta e fotógrafo amador. Formado em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco, Clóvis publica trabalhos em jornais conceituados do nosso Estado e em sites como o Interpoética e o Plataforma Para a Poesia, entre outros. É moderador do grupo virtual Poetas Independentes e está hoje conosco para conhecermos mais sobre ele e o seu trabalho. Lembramos que ele esteve no nosso primeiro programa falando sobre os Poetas Independentes. Boa tarde, Clóvis.
CC – Boa tarde, Luciana. É um prazer retornar aqui, nós que participamos do primeiro programa e vemos que ele vem crescendo em qualidade e audiência. É bom estar com vocês novamente.
LA – Nós é que agradecemos. Clóvis. Como começou a sua paixão pela poesia?
CC – A paixão pela poesia começou há muito tempo atrás, junto com a paixão pela fotografia também. Às vezes é difícil conciliar as duas coisas, mas a gente vai administrando.
LA – E há quanto tempo você trabalha fazendo poesias?
CC - Desde a adolescência. No começo, uma coisa muito incipiente. Depois, observando os grandes mestres, procurando aproveitar o que eles têm de melhor e aprendendo com eles a fazer cada vez mais.
LA – Tem autores que te influenciaram?
CC – Tem. Eu vou começar pelo final. Ultimamente, quem muito me influenciou foi Alberto da Cunha Melo, recentemente falecido. Não só pelo conteúdo dos seus poemas, como também pelo fato dele ter criado uma nova forma de fazer poemas. Existem muito poucas formas de se fazer poemas. Algumas são antiquíssimas, como o soneto. Dificilmente os autores que criam, criam em cima de uma forma nova. Geralmente, eles pegam as formas existentes e usam aquilo para fazer a sua poesia. Alberto criou uma forma chamada "retranca" e que se refere ao futebol porque são poemas de onze linhas - um quarteto, um dístico, um terceto e outro dístico. Dentro dessa forma, ele criava os seus poemas. Observando isso aí, procurei seguir essa linha e aprendi muito com ele, nesse sentido.
LA – No início da sua carreira, algum poeta específico lhe influenciou?
CC – Sim. Todos os poetas modernistas. Eu comecei querendo ser modernista. Depois, procurando as formas mais tradicionais, num caminho inverso ao que as pessoas geralmente fazem. Então, todos os poetas modernistas, como Manuel Bandeira, me influenciaram muito. Aqui no Recife, tem uma pessoa que particularmente me influenciou muito não só pela sua capacidade de criar como pelas suas atitudes pessoais que foi Jomard Muniz de Brito. Durante muito tempo, eu tive uma grande admiração por ele. Tem outro poeta aqui também que eu gosto muito, que me influenciou muito que é Wilson Araújo de Souza. Wilson é um poeta contemporâneo, maranhense, radicado aqui no Recife há muito tempo e que também me influenciou muito no começo.
LA – E a poesia de Clóvis Campêlo hoje, ela segue uma classificação certa ou você ainda busca inspirações no Romantismo, no Modernismo. Como você poderia classificar a sua poesia hoje?
CC – Eu classificaria a minha poesia como uma poesia que ainda está em fase de desenvolvimento. Eu ainda sou um aprendiz nesse sentido em que eu falei: olhar os grandes mestres e tentar aprender com eles. De uma maneira geral, eu não me sinto preso a nenhuma forma de fazer poesia. É uma coisa muito livre, muito circunstancial.
LA – E como surgiu o seu trabalho com fotografia? Você tem um blog que divulga suas poesias e suas fotografias.. Como surgiu esse trabalho com a fotografia?
CC - Fotografia e poesia são coisas muito parecidas no sentido de que ambas formam imagens. A fotografia, trabalhando com a luz. Os poemas, com as letras e sugerindo imagens. Houve uma época em que eu trabalhei na Secretaria de Imprensa do Sindicato dos Previdenciários e nessa época nós fizemos um jornal lá e então eu tive a possibilidade de trabalhar mais como fotógrafo. Houve uma época, também, em que eu participei de um grupo chamado Grupo 3, que era um grupo que tinha uma proposta interessante, porque a fotografia surgiu como conseqüência da necessidade dos artistas renascentistas de copiarem a realidade exatamente como ela é. Então criaram aquela história da câmera escura que evoluiu e chegou à câmera fotográfica. O Grupo 3 tinha uma proposta que era o inverso. Em vez de se fazer uma fotografia que retratasse a realidade, era transmutar essa realidade deixando até mesmo de ser figurativista. E tem umas coisas interessantes que foram feitas por esse grupo, do qual faziam parte duas pessoas que eu admiro muito e que também são poetas e fotógrafos, que são Bartolomeu Lima e José Rodrigues Correia Filho, tem dois trabalhos que nós fizemos no grupo que se chamavam “Paredes” e “Restos de Campanha”. Nós chegamos inclusive a expor no MISPE esse trabalho, “Restos de Campanha”, que é um trabalho que busca fazer com que a fotografia perca esse sentido figurativista de copiar a realidade e cria algumas composições que se aproximam do abstrato.
LA – O que poderia falar ainda sobre o seu trabalho aqui em Pernambuco? Como você faz e divulga o seu trabalho?
CC – Fotografia é uma coisa que considero hoje muito mais um hobby do que uma profissão. Então é uma coisa que a gente faz pelo prazer de fazer. Já a poesia, eu acredito que com o grupo Poetas Independentes onde nós tivemos a possibilidade de conviver com outras pessoas que são poetas, grandes poetas, a gente amadureceu e aprendeu muito.
LA – E vocês convivem virtualmente com poetas de outros Estados, várias partes do Brasil e até do Exterior. Como é que você faz a divulgação desse trabalho?
CC – No ano passado nós conseguimos fazer um livro que é a “Antologia Poética 2007” dos Poetas Independentes. Nós temos essa proposta de lançar uma antologia de dois em dois anos. Sempre num caminho inverso. Em vez de sermos um grupo de poetas já existente e que se lançou na rede, nós começamos na Internet e depois partimos para editar e publicar um livro.
LA – Na sua opinião como é o reconhecimento da literatura aqui em Pernambuco?
CC – A literatura pernambucana sempre foi muito rica, principalmente a poesia. E você sobreviver no meio dessas cobras criadas, às vezes, exige uma capacidade de superação muito grande. Mas é importante também porque convivendo com esse pessoal que é muito bom, Recife sempre teve grandes poetas, Pernambuco sempre teve grandes poetas, faz com que você também tenha esse ímpeto de crescer, de querer chegar no estágio onde os grandes poetas pernambucanos estão.
LA – E a receptividade das pessoas, dos pernambucanos?
CC – De uma maneira geral a poesia não é uma coisa muito acessível ao grande público. É claro que existe a poesia de cordel que é mais fácil, existem algumas coisas assim, mais acessíveis. Mas existe um público bom consumidor de poesia, que tem um nível bom também de entender os trabalhos mais elaborados.
LA – Muito obrigado, Clóvis, por aceitar mais uma vez o nosso convite.
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