terça-feira, 10 de abril de 2012

Vela branca



VELA BRANCA

Clóvis Campêlo

Vela branca a navegar
sobre a linha do horizonte,
visão branca a macular
azuis de planos distantes.

Entre ela e o meu olhar
um elo, hipérbole, ponte,
anseios de um transbordar
se estabelece em instantes,

rasgando a seda do ar,
líquido a jorrar da fonte,
gaivota bela a lembrar
projétil em vôo rasante.

Retorno ao meu caminhar
ante que o vento me aponte
outro caminho a singrar,
outros destinos adiante.


Recife, 1992

2 comentários:

Aristóteles Coelho Pinheiro disse...

BELO POEMA! BELA PINTURA!

Wagner Ortiz disse...

Muito bonito! Leve e tranquilo. Também adoro essa forma de fazer poesia, e as vezes me senti quadrado por seguir esse cultismo de formas e métrica tão acertados. Parabéns amigo!