terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Soneto do inesperado



SONETO DO INESPERADO

Clóvis Campêlo

O inesperado acontece
esgarçando malha coesa,
mas a surpresa é quem tece
à chama do acaso acesa.

Faz-se o impossível possível,
caminha o equilíbrio a esmo,
fixa-se o novo impassível,
o prumo não é o mesmo.

Diante de tamanho espanto,
o espírito compulsivo
despoja-se do seu manto,

projeta-se e decisivo,
entoando o novo canto,
aceita-o em definitivo.

Recife, 1991


2 comentários:

Wagner Ortiz disse...

Como sempre, amigo Clóvis, fantástico e bem escrito! És uma mina de talento e tem o dom de fazer a palavra nos encantar!
Parabéns!

Gloria Braga Horta disse...

Lindo soneto, Clóvis!