segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Recife e Olinda



RECIFE e OLINDA

Clóvis Campêlo

Do Recife
ví os altos coqueiros,
soberbo estendal;
De Olinda,
escutei os guerreiros,
Marim dos Caetés;
Das pontes
vi o rio caudaloso,
correndo incessante;
Das praias
vi o peixe amarelo,
a cauda de Iemanjá;
Dos coqueiros,
vi o sol nascendo,
prometendo um novo dia;
Das gaivotas,
vi o vôo livre, rasante,
cortando o ar.

Dos carnavais,
vivi fantasias e
bebi alegrias;
Dos bares
curti o som festivo
e revi companheiros;
Das jangadas,
vi a luta dos homens
em busca da vida;
Das cirandas,
vi o rosto do povo,
dançando e
cantando a alegria;
Dos amores,
vivi as ilusões
de grandes paixões.

Do poema,
vesti-me de versos;
Da lua,
mergulhei no espaço;
Do sol,
alimentei a
minh'alma;
Dos arrecifes, avistei e
amei a cidade;
Dos morros,
deslumbrei horizontes
e decifrei a
planície.

Recife, 2007


2 comentários:

Wagner Ortiz disse...

Linda descrição poética! Só mesmo poetas do nordeste para nos mostrar com tamanha riqueza de detalhes coisas simples se tornarem fantásticas!

Jomard Muniz de Britto disse...

Continuemos amando, vislumbrando e até reinventando nossas cumplicidades provinciais. Recife-Olinda no panorama brasilírico de todos os transtornos políticos. Talvez a poeticidade nos faça sobreviver. Abraços, Jomard.