Henri Cartier-Bresson
Clóvis Campêlo
Sempre gostei de fotografar. Adquiri esse hábito da minha mãe, dona Tereza, que vivia de câmera na mão registrando as cenas familiares. Nunca indaguei a ela o por que dessa mania. Só sei que a herdei e mantive o legado de capturar e aprisionar imagens no papel.
Nunca gostei, porém, de lidar com as imagens em movimento. Sempre me pareceu muito complexo lidar com essa sucessão de imagens que se movem e desdobram em cenas seguintes. Fixá-las, para mim, sempre foi o grande lance. Descobrir o momento decisivo, como dizia o francês Cartier-Bresson, e fixá-lo.
Uma boa fotografia, aliás, dispensa comentários ou legendas. Ela rompe as amarras temporais e espaciais e cria o seu próprio significa. A composição fala por si só e sugere novos significados e novas interpretações.
Quem já curtiu o supra citado Cartier-Bresson ou o brasileiro Sebastião Salgado. sabe o que digo. Esse último, aliás, fotografa intensivamente seus motivos e, sintomaticamente, aproveita apenas um por cento do material coletado. A seleção rigorosa garante sempre um material de excelente qualidade, no que se refere aos conteúdos. Também dispunha de um laboratorista exclusivo para garantir a textura e a composição que considerava adequada para as suas fotografias. Hoje, em tempos de fotografias digitais, não sei como tem se virado. Bresson não alcançou a fotografia digital e fotografou sempre em película e com a mesma máquina, uma velha Leica. Mas, para quem gosta de fotografias, são dois fotógrafos indispensáveis.
Dona Tereza, minha mãe e incentivadora inconsciente, valia-se apenas da sua velha Kodak Xereta, justificando a época do “make yourself” e comprovando que o equipamento é apenas um acessório que pode ser bem utilizado pelo fotógrafo, ou não. No seu afã de preservar a memória familiar, deixou um grande acervo de fotografias, o qual vasculho nas noites insones ou quando pretendo ilustrar o blog da família com imagens antigas ou de pessoas queridas que já se foram. Uma herança valiosíssima.
Quanto a mim, fotógrafo amador, em todos os sentidos que a palavra possa ter, e aprendiz de poeta, sempre me dividi entre fazer poemas com a luz ou criar imagens com as palavras. E, confesso, não é tão fácil alimentar essa convivência entre o escriba e documentador. Geralmente, quando um emerge o outro mergulha. Isso nunca me impediu, porém, de escrever poemas para fotografias feitas ou de fotografar assuntos ou objetos para complementar poemas.
Sem nenhuma pretensão de alcançar qualquer status como poeta ou fotógrafo, alimento apenas a minha auto satisfação, embora saiba que do ponto de vista quantitativo tanto o meu acervo fotográfico quanto o meu arquivo de poemas e de outros textos já alcançam uma marca considerável e intensa.
Salve Henri Cartier-Bresson, Sebastião Salgado e dona Tereza!
Salve a poesia da fotografia e as imagens do poema!
Nunca gostei, porém, de lidar com as imagens em movimento. Sempre me pareceu muito complexo lidar com essa sucessão de imagens que se movem e desdobram em cenas seguintes. Fixá-las, para mim, sempre foi o grande lance. Descobrir o momento decisivo, como dizia o francês Cartier-Bresson, e fixá-lo.
Uma boa fotografia, aliás, dispensa comentários ou legendas. Ela rompe as amarras temporais e espaciais e cria o seu próprio significa. A composição fala por si só e sugere novos significados e novas interpretações.
Quem já curtiu o supra citado Cartier-Bresson ou o brasileiro Sebastião Salgado. sabe o que digo. Esse último, aliás, fotografa intensivamente seus motivos e, sintomaticamente, aproveita apenas um por cento do material coletado. A seleção rigorosa garante sempre um material de excelente qualidade, no que se refere aos conteúdos. Também dispunha de um laboratorista exclusivo para garantir a textura e a composição que considerava adequada para as suas fotografias. Hoje, em tempos de fotografias digitais, não sei como tem se virado. Bresson não alcançou a fotografia digital e fotografou sempre em película e com a mesma máquina, uma velha Leica. Mas, para quem gosta de fotografias, são dois fotógrafos indispensáveis.
Dona Tereza, minha mãe e incentivadora inconsciente, valia-se apenas da sua velha Kodak Xereta, justificando a época do “make yourself” e comprovando que o equipamento é apenas um acessório que pode ser bem utilizado pelo fotógrafo, ou não. No seu afã de preservar a memória familiar, deixou um grande acervo de fotografias, o qual vasculho nas noites insones ou quando pretendo ilustrar o blog da família com imagens antigas ou de pessoas queridas que já se foram. Uma herança valiosíssima.
Quanto a mim, fotógrafo amador, em todos os sentidos que a palavra possa ter, e aprendiz de poeta, sempre me dividi entre fazer poemas com a luz ou criar imagens com as palavras. E, confesso, não é tão fácil alimentar essa convivência entre o escriba e documentador. Geralmente, quando um emerge o outro mergulha. Isso nunca me impediu, porém, de escrever poemas para fotografias feitas ou de fotografar assuntos ou objetos para complementar poemas.
Sem nenhuma pretensão de alcançar qualquer status como poeta ou fotógrafo, alimento apenas a minha auto satisfação, embora saiba que do ponto de vista quantitativo tanto o meu acervo fotográfico quanto o meu arquivo de poemas e de outros textos já alcançam uma marca considerável e intensa.
Salve Henri Cartier-Bresson, Sebastião Salgado e dona Tereza!
Salve a poesia da fotografia e as imagens do poema!
Um comentário:
Meu irmão mais velho também era fotógrafo. Durante muitos anos viveu das fotos que fazia e revelava em casa. Quando apareceu a máquina digital, ele já não mais existia...
Parabéns pelo texto.
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