quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Melancolia


Fotografia de Clóvis Campêlo/2008

MELANCOLIA

Clóvis Campêlo

Já não existem mansardas,
apenas o vulto de um alto
edifício
a olhar a cidade que cresce
vertical.
Vertiginoso, aos seus pés,
um rio persegue caudaloso
o tempo incessante.
Uma tristeza feita de pedras
me invade.
Solidifico-me e concebo
mais um poema
ausente de equilíbrio,
repleto de sangue
e signos.

Recife, 1991

7 comentários:

Inaldo Moreira disse...

Não tem melhor do que tomar essas pílulas de beleza ao amanhecer.
Clóvis, o poeta que chega no fimzinho da madrugada!

Dalva Agne Lynch disse...

Clóvis querido, belissima foto, maravilhoso poema!
Obrigada por compartilhar. Seus textos são sempre cheios de alma.
abraços,

Clarice Villac disse...

Belo poema !

Clóvis Campêlo disse...

Obrigado, amigos.

Alcides Ferraz disse...

muito bom seu liricopoeticopictorico !

Olga Matos disse...

Amigo Clovis, que maravilha de poema!
Mesmo que não tivesse imagem, sem dúvidas, quem lesse veria a verticalidade das cidades e a melancolia conformada do homem cruzando e aceitando as etapas dos tempos na própria carne.
Parabéns pela obra de arte.

José Renato Mayer disse...

A própria fotografia é a expressão da melancolia.
Visão e texto se juntam, se casam, se combinam.
Mas o Recife não é assim, dizem...