terça-feira, 1 de maio de 2012
Premeditando o óbvio
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PREMEDITANDO O ÓBVIO
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Clóvis Campêlo
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Se existe uma coisa que eu detesto na vida é assistir a jogo de futebol pela televisão, principalmente quando se trata de jogo do Santa Cruz. Na telinha, a imagem em movimento não me seduz. Além disso, a narração televisiva torna o jogo chato, sem alma, maçante. Não gosto de ficar na frente da televisão, com a boca cheia de dentes, esperando o jogo começar.
Além do mais, sair de casa e ir a campo exige toda um ritual que serve como aquecimento para a adrenalina e a energia que emana de um estádio de futebol: os engarrafamentos, os buzinaços, as provocações sadias, as brincadeiras servem como aquecimento para o jogo.
Sendo assim, ontem, preparei-me para ir ao estádio do Arruda e participar com prazer de um crime ecológico premeditado: a morte do Carcará.
E foi o que eu fiz, ao lado dos amigos Dal e Nem, ambos matutos de Cumaru, devidamente urbanizados e catequizados para torcer pela Cobra Coral.
Primeiro problema: descobrir um lugar para estacionar o carro. As imediações e o entorno do Arruda estavam devidamente ocupadas por milhares de automóveis, motos e bicicletas. Como é que ali dentro só havia pouco mais de 36 mil pessoas? Sei não, mas sonegar público já se tornou uma tradição no futebol brasileiro. É assim que os clubes se livram dos oficiais de justiças que sequestram rendas para saldar processos trabalhistas de jogadores e funcionários dos clubes. Acredito que com o Santinha não seja diferente.
Resolvido esse problema crucial, vamos comprar os ingressos. Sou sócio patrimonial do Santa Cruz e minhas mensalidades estão pagas antecipadamente até o mês de agosto, mas o clube não me oferece vantagem nenhuma por conta disso. Enfrento filas do mesmo jeito e termino entrando no estádio com o jogo já em andamento.
Não faz mal. Descubro um lugar viável e me preparo para o óbvio: ganhar o jogo. O time está arisco, a torcida mais ainda e o Salgueiro procura se colocar também em pé de igualdade, o que, diga-se de passagem, não é fácil para um time do interior sem torcida e tradição em decisões estaduais.
O primeiro termina 1x1, com um gol de Natan, para o Santa, com uma ligeira supremacia coral. Vem a segunda etapa e nós marcamos de pênalti com Dênis Marques, logo no início. O Salgueiro tem um jogador expulso e sente na pele as dificuldades de enfrentar um time aguerrido e uma torcida forte. Dênis Marques, o grande artilheiro ressuscitado nas Repúblicas Independentes do Arruda, marca mais um, em grande estilo e define o placar 3x1. O Carcará foi eliminado (pega, mata e come!). Resta agora o Leão. O bi está na alça de mira.
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3 comentários:
Parabéns, Clóvis. Acho que o Salgueiro fez um grande papel. Vejo com bons olhos a ascensão de times do interior. Caruaru foi e, espero volte a ser, um ótimo pólo.
Mas, antes Santa do que a coisa. Em tempo, o Salgueiro não é Gavião, não é Carcará..........hahahahahahah
Ué, eu falei Gavião? Afinal, é tudo bicho de pena mesmo!!!
Caríssimo Clóvis.
Em primeiro lugar, aceite os meus parabéns. Por enquanto, apenas.
Já fui mais ou menos assim,embora torcendo por outro time: O SPORT.
A minha história começou em 1955. Fui torcedor comum, sócio contribuinte e sócio patrimonial.
Andei léguas a fim de ver o LEÃO jogar. O título de sócio patrimonial dei ao filho. Deixei de ir aos
estádios e até aos campos de peladas. Estou enjoado de ver tanto dirigente irresponsável e jogadores
sem alma e sem futebol também.A última vez que fui à ILHA, o time perdeu bisonhamente
para o Atlético Mineiro por 3 X 1. Ainda estava na Primeira Divisão. Não me lembro do ano. Agora, que
voltou provisoriamente, pois no ano que vem, estará na Segunda, poderia assistir aos jogos da varanda
do apartamento de uma de minhas filhas que mora na Av. Beira Rio, mas nem isto me motiva. A violência
é uma coisa assustadora e as autoridades não sabem como agir. Uma coisa que o SANTA tem e falta ao
SPORT e ao timbu chama-se diretoria competente. Já imaginou LUIZ NETO administrando a orçamento do LEÃO?
Ia esquecendo de dizer que sou muito emotivo, já quebrei um rádio nos anos 70 por causa de uma derrota
e sofro de pressão alta, razão pela qual evito até a TV. VÁ MATAR O DIABO!
DESEJO-LHE BOA SORTE, NÃO NEM TANTA!
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