segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A maxambomba


A MAXAMBOMBA

Clóvis Campêlo

Segundo o pesquisador Neldson Marcolin, a maxambomba foi o primeiro sistema de transporte urbano sobre trilhos do Brasil, antecipando-se até mesmo aos bondes de burros.
Inaugurado em 1867, o serviço foi explorado pela firma inglesa Brazilian Street Railway Company Limited, após concessão dada pelo governo da Província.
Por essa época, ainda segundo o pesquisador citado, o Recife já era um importante centro financeiro e comercial. A implantação da maxambomba, uma corruptela da expressão inglesa machine pump (bomba mecânica), trouxe as condições necessárias para a impulsão do seu desenvolvimento.
Até os anos de1860, proliferava o uso de cavalos e carroças para se enfrentar os terrenos aladiços que compunham o cenário urbano recifense e se chegar a Olinda e aos povoados distantes que se formavam às margens dos rios. Por essa época, a população do Recife era de pouco mais de 75 mil habitantes. A implantação de uma ferrovia urbana percorrida pela pequena locomotiva e seus vagões de passageiros foi a solução encontrada.
De início, as locomotivas começaram puxando apenas três vagões, chegando, depois, a circularem com 17 carros. Até1890, cada carro transportava 28 passageiros, sendo desenvolvido posteriormente um novo modelo que levava o dobro de passageiros.
As máquinas eram importadas da Inglaterra, chegando a existir no Brasil daquela época 14 locomotivas.
Com 22 quilômetros de trilhos e 20 estações, a maxambomba circulou no Recife até 1914, quando foi substituída pelos bondes elétricos.
Segundo o historiador Leonardo Dantas Silva, a implantação da maxambomba na cidade estimulou a construção de pontes para dar passagem aos seus trilhos, como a ponte de ferro que foi feita, em 1884, ligando os bairros da Capunga e da Madalena, e que antecedeu a atual Ponte da Capunga.

Recife, 2009

Um comentário:

Fred Monteiro disse...

E hoje, com 20 vezes mais gente, o Recife se arrasta nas longas filas de carros que trafegam (ou ficam parados, o tempo todo) nas suas mesmas e estreitas ruas que não suportam mais tanta fumaça e desaparecem aos poucos nos milhões de buracos. Em resumo, eu quero o meu Recife de volta !