CONFUSÃO URBANA E RURAL
Clóvis Campêlo
Olhai os lírios do campo,
é tudo vero, veríssimo,
épico, belo, vastíssimo,
incomensurável manto.
Mundo novo admirável
de seres modificados,
códigos adulterados,
hello Dolly, I love you.
O verde lucro da soja,
solidário abril vermelho,
a fome contra o dinheiro,
gafanhotos em revoada.
E assim virão das cidades,
de volta para o futuro,
no estouro, várias boiadas,
derrubando cercas, muros.
Em qualquer esquina do tempo
acontecerão batalhas
de forças revolucionárias
em constantes movimentos.
Recife, 2005
- Postagem revisada e atualizada em 06/01/2018
2 comentários:
Clóvis adorei seu poema. Você brinca com as palavras de modo simples mas nos remete aos livros lidos, às notícias da Ciência vistas nos jornais, a filmes e no final tudo é lindo. Parabéns!
Estas cinco estrofes são fortes e de uma grande densidade. Nos coloca diante da construção da história: seremos atores, ou deixaremos ela caminhar sem nossa participação, ou até contra nós.
Lembro-me de Saint Éxupéry quando diz: “Nossas ações repercutem no infinito” e de Dom Helder Camara quando diz: “A Utopia partilhada por milhares é o Esteio da História
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